A Selecção Nacional de boxe de Moçambique ainda não tem um programa de preparação para a sua participação no Campeonato Africano da modalidade que se realiza na primeira quinzena de Dezembro do ano em curso no Togo, soube o domingo do respectivo seleccionador, o cubano Braulio Montiel, secundado pelo seu adjunto, o moçambicano Lucas Sinóia.
“O que posso dizer é que nós conhecemos os pugilistas da selecção nacional. Estamos à espera que a direcção da Federação Moçambicana de Boxe nos diga algo para o início dos treinos de preparação. Há quinze dias que regressei de Cuba, onde estive em gozo de férias. Para o bem do país, a selecção já devia estar a treinar-se”, disse Montiel.
“Como não quero estar sem fazer nada, por vezes venho aqui exercitar-me com estes pugilistas, dos quais alguns fazem parte da selecção nacional. Aguardo pela orientação da federação para concentração dos atletas com vista ao início dos trabalhos de preparação”, disse.
Quando questionado quais as condições são necessárias para uma boa preparação do combinado nacional de modo a trazer de Togo medalhas, Baulio Montiel respondeu que “é imperioso a disponibilização de um ginásio contendo ringue, luvas, sacos, cabeceiras e outro tipo de material indispensável no boxe”.
No entanto, o técnico defende que não basta ter ringue e esse material, pois um atleta de alta competição “precisa de comida adequada, com dieta balanceada, contendo diversas vitaminas. Sumos, refrescos e água também não devem faltar. E se tiver à sua disposição transporte é melhor”.
A outra condição essencial é ter boa saúde. Para o efeito, o técnico cubano gostaria que os representantes moçambicanos tivessem controlo médico periodicamente, pois a vertente saúde é a número um num atleta de alta competição. O normal é todo o pugilista ser submetido ao controlo de oftalmologia de cinco em cinco meses”.
Montiel fez questão de afirmar que não está a exigir tudo que se impõe na preparação de um de alta competição, mas que o país deve procurar reunir o mínimo de condições “necessárias para uma preparação adequada dos seus representantes.” E acredita que os pugilistas nacionais podem trazer medalhas de ouro do campeonato africano, o que passa, também, por um estágio “nem que seja na Suazilândia”.
Moçambique participou em Junho, no Botswana, na qualificação para o “Africano” de Togo, em femininos e masculinos. Maria Manuela (56kg) e Alcinda Panguana (64kg) obtiveram medalhas de ouro, enquanto Rady Gramane e Ângela José ficaram com medalhas de prata, na categoria de mulheres. Na categoria de homens, Julianao Máquina (49kg) e Augusto Mathole (69kg) ganharam medalhas de ouro; Francisco Macitela (81kg) teve prata; Cremildo Artur (52kg) e Gento Máquina (75kg) obtiveram medalhas de bronze. Todos estão apurados para o Campeonato Africano.