Desporto

Moçambique deve interessar-se mais pelo boxe

Norte americana de origem brasileira, Melissa Mcmorro, campeã mundial de boxe pela Organização Mundial de Boxe(WBO) e  Federação Internacional de Boxe Feminino(WIBF), na categoria 

menos 60 kg, conversou com domingo em Maputo, no último dia da sua estada em Moçambique, onde passou férias de 26 de Março a 7 de Abril, e na ocasião disse que as autoridades moçambicanas do desporto devem interessar-se pelo pugilismo feminino, uma vez que, de acordo com as suas constatações, o nosso país tem um enorme potencial nesta modalidade.

 

“Notei que há muita vontade, por parte das raparigas, em praticar o boxe,  e constatei, igualmente, que é possível ter neste país pugilistas de qualidade”, afirmou a norte americana, de regresso ao seu país, depois de ter convivido com pugilistas moçambicanas, em demonstrações de boxe programadas pela Academia Lucas Sinóia, e pouco tempo depois de ter estado num frente-a-frente com Maria Manuela, a mais-mais do pugilismo feminino nacional.

Melissa, que esteve hospedada na casa de uma sua irmã residente em Maputo, fez questão de sublinhar que “é preciso que as raparigas estejam sempre em rodagem, através de competições regulares, para chegarem longe.”

Ela revelou que nos Estados Unidos da América (EUA) ainda não é possível as mulheres viverem do boxe, daí que ela mesma, apesar de ser campeã mundial, trabalha na companhia de energia solar, para o seu sustento, no sector de energia alternativa focada na instalação de painéis solares, onde gerencia projectos comerciais, e está a licenciar-se em arquitectura.

“ No meu país ainda não é possível nós mulheres vivermos só da prática de boxe, como acontece na Alemanha ou no México. Temos que realizar outras tarefas para viver, disse.

Questionada sobre se podia angariar apoios nos EUA para o boxe feminino moçambicano, Melissa não fez promessas, embora tenha avançado a possibilidade de, nas próximas vezes que vier, trazer algo, já que “ passei a conhecer a realidade do vosso boxe.”

Até por que, conforme demos a conhecer, treinou-se com as colegas da Academia Lucas Sinóia, o que permitiu que ela conhecesse de perto as dificuldades com que se debatem o pugilismo nacional, quer as raparigas, quer os rapazes.

No cômputo geral, Melissa, que ainda não dispunha do calendário de competições de que fará parte este ano, gostou muito da gente moçambicana que considerou “ boa e simpática.”

A pugilista americana manteve encontro com os responsáveis da Federação Moçambicana de Boxe, agora presidida por Benjamim Uamusse (Big – Ben), participou num workshop nas instalações culturais dos EUA, assim como transmitiu sua experiência às colegas moçambicanas.

Ela é vista como “Poderosa” por buscar excelência em tudo o que faz. Trabalha com várias organizações sem fins lucrativos para ajudar a promover a educação para mulheres e crianças. 

 Por cá, deixou uma mensagem para as mulheres moçambicanas, segundo a qual podem realmente realizar seus sonhos através do boxe.

No dia 6 de Abril, depois de ter estado no Parque dos Continuadores onde ficou pasmada ao ver a pista de atletismo a se degradar, teve uma surpresa de Lucas Sinoia quando lhe ofereceu três capulanas, duas com mapa de Moçambique e uma com dizeres da celebração do 7 de Abril, Dia da Mulher Moçambicana, e alguns objectos de pau-preto.

“Muito obrigada. Mas como é que se veste a capulana?”, perguntou deixando claro que a capulana não é veste do primeiro mundo a que pertence. Foi o próprio Lucas Sinoia que a vestiu, ficando como reporta a foto de Manuel Meque.

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