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Moçambicanos brilham na RAS

Por admin

Os pugilistas Paulo Jorge (56kgs), Lourenço Cossa (75) e João Baptista (91kgs) foram brilhantes nas suas primeiras actuações no Campeonato Africano da Zona IV, que decorreu até ontem em Pretória, África do Sul o que lhes valeu a qualificação às finais das respectivas categorias.

Para chegar à final, o trio moçambicano derrotou adversários da África do Sul, Suazilândia e Maurícias, respectivamente. Paulo Jorge e Lourenço passaram graças aos KO´s que impuseram aos seus adversários. O primeiro defrontou o sul-africano Sanele Maduna e o segundo bateu-se com o suazi Frank Gamedze. Já João Baptista bateu-se duro com o pugilista Raphael Jacques das Maurícias.
O combate de Baptista foi equilibrado do início até ao fim tendo sido um dos mais emotivos do dia. Aliás, opôs dois pugilistas experientes e numa categoria de pesos relativamente superior.
Jogou a favor do Baptista astúcia aliada à sua experiência, tendo evitado entrar em loucuras, gerindo devidamente o esforço que empreendia no ringue.

Entretanto, no segundo dia de ontem, quatro pugilistas moçambicanos foram derrotados e, consequentemente, eliminados da competição e dos Jogos Africanos. Trata-se de Filipe Manjate (46-49kgs) caiu aos pés de um pugilista do Botswana. Hélio Castelo (52kgs) foi derrotado por um sul-africano. Valdo António (60kgs) também por um sul-africano e Félix Alberto que fora vencido por um angolano. Manjate foi o primeiro a entrar em cena e teve pela frente um astuto pugilista tsuana, Tefo Ramupudu. O moçambicano adoptou uma estratégia de combate quanto a nós pouco acertada. Preferiu recorrer às cordas sempre
que o adversário lhe atacasse, o que dava muito espaço do ataque ao tsuana.

Aliás, foi nas cordas onde Manjate recebeu vários golpes que terão pesado para a sua derrota. No segundo assalto tentou equilibrar, mas o adversário não dava muitas tréguas; o tsuana parecia incansável e muito atento no jogo defensivo.
Já no terceiro round não havia dúvidas que o moçambicano estava derrotado, fez o que pode para minimizar o vexame, até conseguiu ter alguns momentos de ligeiro ascendente, mas na ponta final viu o tsuana a desferir vários murros. 0-3 final resultado final.

Depois do Filipe Manjate, entrou Hélio Castelo que no dia anterior havia saído vitorioso, portanto era uma esperança para os moçambicanos. Defrontou um sul-africano chamado Sikho Nqothole muito evoluído tecnicamente.

O sul-africano parece que havia estudado muito bem a Castelo e não teve muitas dificuldades para derrotá-lo. Nqothole pautou por um jogo eminentemente ofensivo, não dando espaço para que o adversário o atacasse. Tímido no capítulo ofensivo, Hélio Castelo parece-nos surpreso com o adversário que encontrou no ringue. No primeiro assaltou conseguiu evitar alguns golpes fatais e até equilibrou ligeiramente o combate.

No segundo, as investidas ofensivas do sul-africano eram muito fortes e chegavam às catadupas. Isso desnorteou ao moçambicano que a dada altura foi proposto a desistência pelo árbitro, mas resistiu até ao fim. No terceiro, o sul-africano optou por fazer a gestão de esforço, fugindo de um lado para o outro, enervando a Castelo que, por via disso, apanhou alguns golpes que determinaram o resultado final de 0-3.

ESPECTACULAR PAULO JORGE…

O primeiro K.O da competição foi imposto pelo moçambicano Paulo Jorge ao sul-africano Sanele Maduna. Jorge entrou muito bem para a luta, estudou o adversário, por que sinal entrou muito ávido em atacar. O moçambicano atacava quando necessário e, logo no primeiro assalto deu um murro que deixou o sul-africano com a boca molhada de sangue. Era o K.O  e mais do que isso, o triunfo para o moçambicano, que assim minimizava os efeitos das
más actuações nos dois primeiros.

Valdo António foi o quarto a entrar em cena e travou um combate animado com o sul-africano Jeffrey Magagane, um adversário ao alcance do moçambicano. A luta foi equilibrada do primeiro até ao fim do segundo assalto, mas o moçambicano foi penalizado por atacar com muita timidez.

Aliás, Valdo deu toda a iniciativa do combate ao adversário, limitando-se a defender e atacando esporadicamente.
No segundo assalto fez-se a luta com alguma coragem e, quando tudo indicava que fosse continuar em cima do adversário, eis que cede, provavelmente por estar exausto. Foi por isso que no terceiro assalto permitiu com que o adversário fizesse tudo o que quis dele, sem capacidade defensiva, e muito menos ofensiva. Mas, por aquilo que deu nos dois primeiros assaltos, apenas perdeu por 1-2. Depois do arrepiante combate de Valdo António, entrou Lourenço Cossa que não teve muitas dificuldades para derrotar o suázi Frank Gamedze, por um K.O no decurso do segundo assalto. No primeiro assalto, cossa deu fortes golpes ao adversário, o que fez com que chegasse a segunda ronda
fragilizado.
 O suázi até tentou mudar o rumo dos acontecimentos, mas Cossa mostrou-se eficaz e com pouco tempo e espaço para brincadeiras, tendo apanhado o seu adversário com um forte murro na face, caindo no chão antes de se render às evidências. Era o K.O, o terceiro do certame e segundo para Moçambique.

Ontem, último dia da prova para além das finais masculinas, decorreram os combates femininos, nos quais Moçambique foi representado por Maria Manuela, Rade Gramane, Ângela Machanguana e Alcinda Panguana. Além de Moçambique participaram África do Sul, Suazilândia, Botswana, Maurícias e
Angola.
Zimbabwe, Zâmbia, Namíbia, Lesotho e Seychelles não se fizeram presentes alegadamente por temerem ataques xenófobos, que felizmente não se fazem sentir na região da Pretória, onde, entretanto, vem decorrendo actos de sensibilização às populações para não aderirem àquele mal que ceifou a vida de pelo menos três moçambicanos.

Contrariamente ao que a FMBoxe dizia à imprensa, esta competição não servia de apuramento para os Jogos Africanos, para os quais Moçambique têm dez vagas masculinas e três femininas garantidas. Entretanto, sabe-se que não serão preenchidas na totalidade já que o país desportivo debate-se com problemas financeiros.

Manuel Meque, em Pretória

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