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MEMÓRIA – EDUARDO MATSOLO: “Poço de forças” chamado Dover

Por Jornal domingo

TEXTO DE JOCA ESTÊVÃO

JOCA.ESTEVAO@SNOTICIAS.CO.MZ

Visto fora dos campos, Eduardo Matsolo parecia um ser humano disponível para qualquer actividade de força por ser “entroncado”. Por isso que, sem conhecer as suas habilidades futebolísticas, não o identificaria como jogador de futebol. Tinha outra particularidade que não é habitual em muitos craques: era de pouca fala e demasiadamente humilde e, por vezes até, acanhado. Em campo, onde era conhecido por Dover, era uma pessoa completamente diferente: um búfalo ferido. Actuando como médio, por vez fazendo de avançado, ou descaído a extremo era um enorme perigo para qualquer adversário, atacando ou defendendo. A maioria dos jogadores possantes são lentos e nem sempre muito dotados sob ponto de vista técnico, mas Dover era um “tanque” raro: além de incansável, tinha boa técnica, com enorme dose de inteligência, e rapidíssimo a pensar e a executar. Nas equipas que representou era o “pausador” de jogo. Os que conheceram Augusto Matine e a ele afirmam que “Dover não ficava a dever nada ao antigo jogador do Sport Lisboa e Benfica. É por isso que se diz que “passou ao lado de uma grande carreira”. Lembrar que em posse de bola era extremamente difícil pará- -lo. Os adversários recorriam à força, com alguma violência à mistura, para tirar-lhe a bola, mas essas acções “saiam pela culatra”, mesmo com conjunto de pés embatendo no seu corpo musculado, que evidenciava pela camisola bastante ajustada e calções exageradamente curtos (próprios do tempo). O 1º de Maio foi o primeiro grande clube representa do por Dover. Aliás, foi onde se iniciou depois de jogar pela equipa do bairro da Urbanização, sua zona residencial. Na equipa “alvi-rubra”, treinada por Thumbatata, partilhou o balneário com Ngovene, Zé Ying, Arão, Gregório, Nicolau, Abdala, Fumo, Jorge, Filipe Budula, Félix Cossa, o “veterano” Pluto, citando alguns nomes. Este temível 1º de Maio viria a perder algumas das suas unidades preponderantes a partir de ‘77. Nicolau foi para o Ferroviário de Maputo, Félix saiu para representar o Desportivo e depois seguiu para o Ferroviário, Gregório reforçou o Sporting, e Dover foi para o Costa do Sol, mas Ismael Loonat aliciou-o e fê-lo jogar pelo Sporting, juntando-o a outros excelentes executantes, como Joaquim Gonçalves, Amenga,Armando Lamuge, Mandito, Naldo, Dique, Armandinho, Calado, que se transferira do Desportivo em 1977, Matusse, Elias Muianga, Joaquim Alói, Gregório, entre outros. Durante um bom par de anos defendeu o clube da baixa da cidade, mantendo-se igualmente quando este mudou de denominação social para Clube de Desportos da Maxaquene. Leia mais…

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