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Maputo quer oito clubes no “Moçambola”

Por admin

A direcção da Associação de Futebol da Cidade de Maputo pretende terminar o actual mandato, em 2016, com oito clubes no Moçambola, ou, na pior das hipóteses, com sete representantes 

na festa nacional.

 

O rosto da alta competição é Miguel Vaz, o vice-presidente de Filipe Budula, eleito em Janeiro passado, por isso, ainda a iniciar a implementação do seu manifesto.

Miguel Vaz defende que Maputo é capital do futebol por isso merece tratamento diferenciado de outras associações por parte da federação.

Em entrevista ao domingo, o ex-treinador e actualmente dirigente manifesta preocupação relativamente à escassez de campos na capital do país e anuncia para breve acções concretas atinentes ao controlo do fenómeno da falsificação de idades e identidades dos atletas.

 

Assumiram a direcção do futebol da cidade de Maputo em Janeiro passado, quais os desafios que se propõem a realizar?

É preciso reconhecer que tivemos um legado de um elenco que teve um trabalho meritório, por isso, na pior das hipóteses, devemos fazer igual, mas nosso propósito é fazer diferente para melhor. Somos um elenco de continuidade, com valores próprios a perseguir. A nossa bandeira é actuar com fair-play, imparcialidade, competência, confidência, responsabilidade, sensibilidade ao género, cooperação e qualidade. Somos pessoas do futebol para o futebol, por isso não há outra razão que nos move a não ser essa.

O que significam essas palavras em termos práticos? Vão intervir nos clubes nessas áreas?

Para nós os clubes não são a extensão da associação, mas nós é que somos a extensão dos clubes. Somos os mandatários, olhos e ouvidos dos nossos filiados. O nosso futebol enferma de problemas de estruturação, porque os conjunturais temos respondido.

O que pretendem mudar em termos estruturais?

Os clubes só se manifestam no dia de eleições e também na prestação de contas. Limitam-se a vir à associação buscar comunicados, saber da marcação dos jogos. Nós queremos que os clubes nos prestem contas a partir do próximo ano. Temos que ter seus organigramas, plano de actividades, para melhor avaliarmos o que querem fazer e se o fizeram no fim de uma determinada época.

Querem avaliar os clubes, é isso?

Queremos ver o que de facto os clubes estão a fazer na formação, por exemplo, se estão a investir ou não. Queremos partir do discurso da formação para a realidade. Um dos nossos propósitos é contar com um Conselho Consultivo.

Qual é a finalidade do Conselho Consultivo?

O Conselho Consultivo será uma estrutura de aconselhamento congregando várias sensibilidades do futebol, antigos dirigentes, sindicatos de jogadores e treinadores, e outros agentes desportivos.

Os clubes queixam-se de escassez de competição. O que pensa disso?

Esta época tem características próprias, o calendário é mais comprimido, por isso vai coarctar os nossos objectivos, que visavam movimentar selecções em torneios com as províncias de Gaza, Inhambane e Maputo. Este ano não temos datas e esperamos o envolvimento de entidades municipais para aproveitar as suas datas comemorativas; estamos focados para as selecções jovens para estes torneios.

Está satisfeito com o desempenho de Maputo no “Moçambola”?

Não estamos satisfeitos porque temos capacidade para mais. Transmitimos a nossa preocupação à direcção do Matchedje, que teve um mau início. Queremos terminar esta época com seis clubes, portanto, apurando mais uma, e no fim do mandato estaremos felizes com oito clubes, ou, no pior, com sete.

Então o “Moçambola” seria só com equipas de Maputo?

Somos mais fortes, movimentamos mais clubes e atletas. Há associações que não realizam um terço dos jogos que temos numa época.

A associação também está a favor do apuramento do Desportivo?

Respeitamos todos filiados, mas sentimos que o Desportivo e Estrela Vermelha estão melhor preparados para ganhar o apuramento ao “Moçambola”.

Então esses clubes têm protecção da associação?

Tratamos todos por igual. O que fazemos é aceitar as propostas dos clubes na marcação de alguns jogos, porque todos reconhecemos que o Desportivo mobiliza muito público, e isso tem ajudado os adversários na bilheteira.

Concorda que a qualidade dos jogadores continua a baixar?

Os treinadores de formação recebem jogadores sem habilidades de jogar futebol, e essa habilidade se ganha no futebol informal. Sem espaços para o futebol informal, é natural o que está a acontecer. A técnica é adquirida na formação, mas é preciso haver habilidade e não há treinador que forma um jogador sem talento, que é o manuseio da bola com o pé.

Os clubes de Maputo estão a construir campos na Matola. Não corre o risco de perder estes clubes?

Este fenómeno resulta de falta de estratégia do município, porque esta é a cidade que congrega mais pessoas, logo deveriam ser preservados espaços para a prática desportiva. É uma questão de visão estrutural.

 Qual é o estágio da segurança social dos jogadores em Maputo?

O problema é dos clubes, eles é que devem descontar os atletas e não o fazem. É necessária uma educação prévia aos atletas. Sem essa educação será difícil, o atleta ainda não tem sensibilidade desse desconto. Estamos a conversar com a federação e infelizmente o processo está a ser lento.

Por que não exigem a Conferência Nacional que a federação prometeu?

Temos exigido. Somos dos poucos que vem pressionando a federação da necessidade de realizar a Conferência Nacional do Futebol rapidamente. A federação já nos enviou algumas questões sobre a conferência e acreditamos que vai acontecer. Fala-se de Julho ou Setembro.

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