Política

Bissopo “envenena” com discursos incendiários

O secretário-geral do partido Renamo, Manuel Bissopo, reiterou há dias em comícios populares na província de Manica que a sua formação política está preparada, com meios materiais e humanos,

 para desencadear acções a escala nacional e de forma brutal para boicotar a realização das eleições autárquica deste ano e gerais de 2014, caso a Frelimo não responda positivamente as reivindicações apresentadas pelo seu partido.

Ele fez este pronunciamento nos três encontros que manteve com membros do seu partido na cidade de Chimoio e no distrito de Gondola. Em Chimoio, primeiro ponto escalado por Bissopo, no início da sua visita à província, aquele secretário reuniu-se com quadros do seu partido.

A tónica do seu discurso centrou-se na insistência, com viva voz, na necessidade de os membros aderirem as manifestações com vista a impedir que o processo eleitoral decorra em Moçambique. Do rol das reivindicações da Renamo, consta a paridade de membros que compõe os órgãos eleitorais, a retirada dos agentes da Força de Intervenção Rápida (FIR), movimentada para garantir a segurança do líder daquele partido, Afonso Dhlakama, e a despartidarização dos órgãos do Estado.

Bissopo referiu que caso estas preocupações não sejam resolvidas, a Renamo está preparada para desencadear acções que poderão colocar em causa a paz conquistada há 20 anos. De acordo com Bissopo, mesmo que isso custe mais um sacrifício igual ao dos 16 anos de guerra, o seu partido está acautelado para enfrentar qualquer tipo de batalha em defesa do povo e da democracia.

“Já é uma realidade em Moçambique que as eleições não vão acontecer. A partir dos últimos acontecimentos de Múxunguè, na província de Sofala em que pessoas perderam a vida e ou ficaram feridas, o povo e a própria Frelimo ganharam consciência e sabem do que somo capazes de fazer caso não dê respostas as nossas exigências”, reiterou.

Acrescentou que a Frelimo não está preparada espiritual e moralmente para conduzir eleições livres, justas e transparentes. Ficou provado que este partido não tem postura e moral de promover as referidas eleições. “Por isso que estamos a dizer que chega”.

Aquele secretário-geral defendeu que a democracia deve ser respeitada. Assim sendo, o partido no poder não pode organizar eleições para tirar dividendos e distribuir para seus familiares, membros e aqueles que estão no poder, controlando todo o sistema inclusive as riquezas de que o país dispõe, excluindo aqueles que não concordam com a sua ideologia.

“A Renamo vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance. Vai usar tudo o que Deus deu para salvar aqueles que não têm voz. Se a Frelimo quiser intervir por via da força para reprimir a Renamo, estará a arranjar problemas porque nós jamais vergaremos e qualquer perseguição poderá dar espaço ao surgimento duma guerra no mesmo dia, na mesma hora do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico”, disse Bissopo.


Endurecendo o tom de voz, aquele dirigente da Renamo afirmou que “temos o exército e contamos com o povo. Material tempos suficiente para fazer uma nova ofensiva. Estamos representados a escala nacional e não nos custa nada dar um sinal para o arranque da guerra. Neste processo, o importante é o recurso humano e é o que temos demais, o resto vem depois. Com a razão havemos de atingir os nossos objectivos”.

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