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Liga Muçulmana pagou 90 mil meticais pelo jogo com Costa do Sol

Por admin

A Liga Desportiva Muçulmana de Maputo pagou um valor estimado em noventa mil meticais para transferir o jogo com o Costa do Sol referente a última eliminatória da Taça de Moçambique, fase da Cidade de Maputo.

Trata-se duma eliminatória envolta em polémica, quer fora, quer dentro das quatro linhas, cujo desfecho, para já (ver texto abaixo), é uma vitória dos “muçulmanos” por três bolas a duas, resultado alcançado no desempate por grandes penalidades, depois do nulo nos 90 minutos regulamentares.

A história que a tribo futebolística entendeu apelidar de “compra de jogo” começou logo após o sorteio da última eliminatória da Taça de Moçambique a nível da Cidade de Maputo, que ditou um sensacional Liga Muçulmana – Costa do Sol, curiosamente finalistas da edição passada.

Após o sorteio, a Associação de Futebol da Cidade de Maputo (AFCM) anunciou através de dois comunicados, com os números 027 e 037/AFCM/D/2013, a marcação do referido desafio para o Estádio 1º de Maio/StandardBank, sob gestão da Federação Moçambicana de Futebol (FMF).

Acontece que, após a marcação da partida, a direcção da Liga Muçulmana aproxima-se da associação manifestando a intenção de ver o jogo a realizar-se num piso melhor comparativamente ao do 1º de Maio.

Paralelamente, a associação de futebol informa a FMF da intenção de realizar o jogo no Estádio 1º de Maio, e, contra o habitual, a direcção de Feizal Sidat responde que o aluguer do campo custa 25 mil meticais.

Ficamos surpreendidos com esta taxa de aluguer de campo porque normalmente pagamos muito menos e o campo do 1º de Maio não tem uma capacidade elevada de espectadores, e, nas condições actuais, ali é difícil fazer uma boa receita– conta Miguel Vaz, vice-presidente da AFCM para a Alta Competição.

 Porque a marcação dum jogo não é qualquer segredo, a direcção da Liga Muçulmana toma conhecimento, não se sabe bem através de quem, de que a associação não concordava pagar 25 mil meticais pelo aluguer do Estádio 1º de Maio/SdandardBank.

A Liga Muçulmana não dorme e apresenta à associação uma proposta de realizar o jogo no Estádio Nacional do Zimpeto, podendo, se for necessário, comparticipar nas despesas de aluguer do campo.

Neste exercício, a Liga Muçulmana diz sempre que pretende salvaguardar o espectáculo, vontade que coincide com a da associação. Aqui, o Costa do Sol, outro protagonista, não é tido nem achado.

Perante a proposta da Liga Muçulmana, a associação responde que “não”, porque o Estádio do Zimpeto também não garante a receita esperada devido a sua localização.

E qual era a receita esperada? Perguntamos ao dirigente da AFCM, Miguel Vaz, tendo respondido nos seguintes termos:

– Posso não ter aqui números exactos, mas a receita rondava aos 65 mil meticais, e não foi fácil convencer a direcção da Liga Muçulmana destes números. E o aluguer do campo rondava os 25 mil meticais.

Então, a Liga Muçulmana apresentou nova proposta, indicando que podia pagar à associação o valor da receita esperada bem como do aluguer do campo, desde que o desafio seja transferido para o seu campo, na Matola, cujo piso é consensual de que é dos melhores do país e aí o espectáculo está, à partida, garantido.

A associação de futebol da capital do país concorda e em comunicado número 038/AFCM/D/13, de 31 de Maio, marca o jogo Liga Muçulmana – Costa do Sol para o campo da primeira equipa.

Aí o Costa do Sol acorda e procura as razões da alteração do desafio, tendo inclusive ameaçado jogar sob protesto, o que não veio a suceder.

Segundo Miguel Vaz, a associação não atropelou os regulamentos, actuou simplesmente na defesa do espectáculo e da saúde financeira da organização.

– É preciso perceber que se tratou duma receita antecipada para a associação. Não pagamos despesas de aluguer do campo e não nos preocupamos com a receita do jogo, porque a Liga Muçulmana garantiu tudo, incluindo o policiamento,sublinha.

Miguel Vaz indica que “não há razão para tanto barulho porque não houve venda de jogo, o que fizemos foi salvaguardar os interesses da associação”.

A fonte argumenta ainda que sem intervenção da associação, o jogo teria lugar no campo da Liga Muçulmana porque o sorteio ditou esse resultado.

Todavia, conforme a fonte, a associação goza da prerrogativa de intervir na marcação dos jogos da Taça de Moçambique para salvaguardar interesses técnicos, financeiros e comerciais.

– Estou certo que o Costa do Sol está devidamente informado, por isso não jogou sob protesto. Não houve qualquer venda de jogo como parece,rematou Miguel Vaz.

 

Costa do Sol protesta

 

O Costa do Sol protesta o jogo disputado quarta-feira passada com a Liga Muçulmana, referente a última eliminatória da Taça de Moçambique, fase da Cidade de Maputo.

Ao que o domingo apurou, os “canarinhos” alegam erro de direito do árbitro Aureliano Mabote, protagonista duma actuação polémica que continua a dividir clubes e adeptos de futebol.

Sucede que nos instantes finais da partida, o banco do Costa do Sol solicitou a substituição do jogador Alvarito por Tchaka, este que entraria, eventualmente, para a marcação de grandes penalidades.

No instante, o Costa do Sol preparava-se para marcar um ponta pé de canto, portanto, a partida estava interrompida.

O árbitro Aureliano Mabote terá autorizado a substituição, só que, quando Alvarito seguia para a linha de campo, o juiz apitou para o final da partida, impedindo a possibilidade de Tchaka contribuir na marcação de grandes penalidades.

 

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