A falsificação de idades e identidades dos jogadores continua em alta. A associação assume incapacidade para travar o fenómeno?
Não estamos descansados. Para o ano vamos ensaiar um novo método de controlo. As primeiras inscrições serão presenciais, poderá ser na associação ou no clube. Vamos autenticar os dados inscritos no processo do jogador. Futuramente, pensamos que em dois anos, vamos ter um sistema informático para controlo, com um banco de dados com menor margem possível de erro.
Pelo que vê nos campos, à vista desarmada, está feliz?
De uma forma geral não. Temos reunido com os delegados e treinadores dos clubes, são eles próprios que reconhecem que estão no centro da falsificação de idades. Já reconhecem isso, o que é um passo para ultrapassarmos o problema. Aliás, esse reconhecimento nos permitiu propor-lhes a criação da Comissão de Inspecção, o que foi aceite.
Os treinadores confessam que falsificam idades dos jogadores só para ganhar jogos?
É mesmo por querer ganhar. Os dedos da minha mão são muitos para contar jogadores que transitam da formação para a equipa sénior por ano numa equipa. Eles ganham campeonatos mas não ganham elementos como formador.
Maputo está a lançar poucos jogadores para o “Moçambola”?
Acaba sempre lançando muitos, mas alguns relativamente tarde. Noventa por cento dos jogadores do “Moçambola” terão passado de uma equipa de Maputo na fase de formação. A selecção nacional é constituída maioritariamente por jogadores formados em clubes de Maputo, que é a montra do futebol moçambicano. Os treinadores continuam a ser formados para melhorar a este nível, e continuamos com apoio desse grande senhor do futebol nacional que é Arnaldo Salvado, Secretário Técnico.
