A eleição de Shafee Sidat para presidente da Federação Moçambicana de Atletismo ainda não se revelou solução dos inúmeros problemas enfrentados pela modalidade. Pelo contrário, aumentou a divisão entre os seus fazedores, agravou o ambiente de descontentamento, sobretudo por parte dos atletas, que não se sentem principais actores deste desporto e julgam-se desprezados.
Aqueles que esperavam que o empresário Shafee mudasse o rumo do atletismo nacional já se queixam dizendo que o elenco por si dirigido não está a trabalhar para a evolução da modalidade, muito menos para criação de condições mais dignas para os atletas, sobretudo na sua preparação e participação em eventos internacionais.
Atletas por diversas vezes aparecem a reclamar por melhores condições de treinamento e de logística. Acham-se severamente punidos quando em missões fora do país são apenas atribuídos cinco dólares por dia.
Os treinadores não se cansam de pedir melhores condições para o treinamento dos seus pupilos. Alguns chegam de afirmar que tiram dos seus bolsos dinheiro para custear as deslocações para os locais de treinos, quando se sabe que o atletismo é uma das modalidades prioritárias para o Governo moçambicano, cuja federação é uma das que mais dinheiro recebe do Estado anualmente.
A crise do atletismo agrava-se com a interdição do Parque dos Continuadores para treinos dos atletas de alta competição decretada pelo Instituto Nacional do Desporto (INADE), que alega pretender protege-los fisicamente. Assim sendo, os atletas da cidade de Maputo ficam sem local para seu treinamento.
A opção pelo Estádio Nacional do Zimpeto acarreta condições financeiras que os treinadores não sabem onde ir busca-las. É que, a deslocação para o Zimpeto precisa de dinheiro para transporte, que clubes e a federação pouco se interessam pela sua disponibilização.
Outras vozes consideram que Shafee Sidat tem andado muito longe da modalidade, o que impera certos projectos. Os seus mandatários pouco entendem da modalidade.
