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Governo impõe regras nas competições internacionais

Por admin

Acabou o deixa-andar na organização de competições internacionais oficiais por entidades desportivas nacionais. A partir de agora, o Governo exige comunicação atempada e provas de capacidade organizativa para Moçambique acolher torneios que envolvam outros países.

Com efeito, o Conselho de Ministros aprovou na sua 5ª Sessão Ordinária, o Regulamento de Candidatura para Organização de Eventos Internacionais, o qual prevê mecanismos para salvaguardar o nome de Moçambique além-fronteiras.

Este instrumento surge da necessidade de colocar regras na organização de competições internacionais, depois de nos últimos anos ter se constado a profusão de torneios envolvendo estrangeiros em várias modalidades, com o próprio Governo a ser encontrado em contra-pé, com o agravante de ser chamado a contribuir com recursos humanos e financeiros na hora dos eventos.

REGULAR PARA MELHORAR

O objectivo central do regulamento em alusão é melhorar o ambiente de organização de torneios internacionais, pois, a partir do dispositivo legal está garantida uma melhor planificação do próprio Ministério da Juventude e Desporto (MJD).

O director do Instituto Nacional do Desporto (INADE), António Munguambe, detalhou que Moçambique tem organizado eventos internacionais através das federações, associações e clubes, mas, no final do dia, é o país no seu todo o organizador.

Assim, esclarece, os eventos ultrapassam as responsabilidades das próprias federações e exigem a comparticipação do próprio Governo em recursos humanos e financeiros.

O Regulamento define processos importantes na realização de eventos desportivos, sem os quais as competições apresentam grande risco na obtenção dos objectivos esperados na sua realização– frisou Munguambe.

Disse ainda que “a organização destes eventos exige de forma inequívoca a comparticipação do Governo, daí que a intenção de acolher os eventos deve ser solicitada e coimunicada com a devida antecedência pelas federações”.

No caso de eventos continentais, a comunicação ao Governo deve ser com dois anos de antecedência, para as competições mundiais o prazo é de quatro anos e as regionais até Maio do ano que antecede a realização “para o Governo preparar-se na sua planificação”.

O regulamento prevê excepções. Assim, as federações poderão apresentar candidaturas de acolher eventos fora dos prazos anunciados e serem aprovados “quando se concluir que há benefícios para o país e está comprovada a existência de recursos humanos e financeiros para responder a essa organização”.

Também, serão aceites propostas de organizar eventos das modalidades que tenham atletas ou selecções nacionais com alta performance, que, à partida, garantam um bom desempenho como anfitriões.

A ideia é evitar que Moçambique seja humilhado em sua própria  casa. Tal como referiu Munguambe, “queremos altos resultados como anfitriões”.

 As entidades desportivas deverão também comprovar a existência de recursos humanos e financeiros para a organização dos eventos “porque temos sido confrontados com situações embaraçosas e organizações que não dignificam o país”.

Também é importante que exista um projecto concreto submetido pela entidade, desde dados como local, datas, número de países envolvidos e objectivos pretendidos,observa o director do INADE.

Outra obrigatoriedade prevista é a realização de pelo menos um evento-teste no qual “o objectivo é atestarmos a nossa capacidade organizativa como país”.

Indagado pelo domingo se a realização de provas internacionais pelo país não tem contribuído para alavancar algumas modalidades, Munguambe respondeu nos seguintes termos:

– O normal do crescimento duma modalidade, sem dúvida, passa da formação para a alta competição. Nos Jogos Africanos, por exemplo, tivemos modalidades que o objectivo era a sua promoção. Naquele caso estávamos claros do que queríamos, mas tal não pode constituir regra. O crescimento da modalidade não pode ser por via de realização de competições internacionais, dai que a performance é fundamental.

Conforme o regulamentado, compete ao Conselho de Ministros, sob proposta do ministério do sector, autorizar a realização de competições internacionais em Moçambique.

Custódio Mugabe

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