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Fracasso até no futebol de praia!

Por admin

Havia alguma esperança de que o futebol de praia serviria de tubo de escape do nosso futebol. A vitória de 4-2, em Port Louis, nas Ilhas Maurícias, em jogo da primeira mão da primeira da primeira eliminatória de acesso ao Campeonato Africano de 2015, em Seychelles, devolvia-nos parte do nosso orgulho perdido no futebol.

Pouco acreditávamos em não ganhar o jogo da segunda mão aqui em Maputo, embora o treinador, Pascoal Loforte, pedisse cautela aos seus pupilos por considerar o futebol de praia modalidade de cambalhotas, podendo num jogo o favoritismo de vitória variar de momento a momento.

Domingo passado, 22 de Fevereiro, na Arena do Clube dos Desportos da Costa do Sol, houve o colapso de uma modalidade de que o país é principiante, entanto que desporto federado, embora ao longo da nossa costa seja prática habitual brincar jogando a bola de futebol onde o areal permite.

De regresso das Maurícias a nossa selecção nacional já se queixava do pouco tempo que teria para se preparar para o jogo da segunda mão. Mas a motivação provocada pela vitória de Port Louis parecia superar o resto, e nos treinos era visível bom ambiente, apesar de saber-se que o jogo seria no “desconhecido” solo da Arena do Clube Costa do Sol (Matchiki-Tchiki), que à última hora estava em arranjos.

Porém, o não ter tido tempo de adaptação ao seu próprio recinto, entanto equipa a jogar em casa, não pode servir de justificação maior, porque é nesse mesmo campo onde jogou a equipa visitante sem o calor do público que eventualmente tem tido na sua terra.

A justificação de que a equipa adversária se sentia melhor na Arena de Matchiki Tchiki, porque é semelhante ao seu lá nas Maurícias, só serviu para adormecer bois do futebol. Se antes Moçambique não tinha jogado num recinto semelhante, então, como teve a chance de vencer em Port Louis? Se venceu lá num campo desconhecido, por que não venceu cá num campo também desconhecido, embora de casa? Só os dirigentes da federação podem acreditar nisso.

QUE MATURIDADE FALTA

 AOS MAMBINHAS SUB-23?

Na mesma semana em que a selecção de futebol da praia sucumbiu à beira do Oceano Indico e automaticamente afastada do campeonato africano de Seychelles 2015, o país inteiro viu os “Mambinhas” de sub- 23 a rastejarem sem sucesso no campo do Grupo AFRIN, dia 21 de Fevereiro, diante da sua congénere de Uganda, com quem teve a sorte de empatar a zero, ficando à espera de sorte maior no jogo da segunda mão lá em Kampala, se é que não comprometeu o apuramento aos Jogos Africanos de Congo Brazaville 2015.

 Outra vez ouvimos a justificação de que os jogadores internos não estavam rodados e os do estrangeiro não suportaram o calor intenso que se faz sentir em Maputo, em graus muito acima dos da Europa, do grupo de países como Itália.

Vamos pegar no caso dos jogadores internos. Será que a Federação Moçambicana de Futebol e o seu gabinete técnico não tinham conhecimento que o jogo de Maputo aconteceria antes do arranque das provas futebolísticas de 2015? Se sabia, que fez para que os jogadores seleccionáveis encurtassem as férias cedidas pelos seus clubes para que iniciassem cedo a preparação para os embates de apuramento para os Jogos Africanos de 2015?.

Ficou claro que todos – treinadores, jogadores e dirigentes – estavam “numa boa” a curtirem as férias onde melhor se sentiam. A isto chama-se falta de programação e planificação. E isto acontece com o mesmo elenco federativo presidido por Feizal Sidat, já à porta de saída por não ser legível a se recandidatar para o terceiro mandato.

Em Maputo não foram os ugandeses que não deram espaço de manobra aos moçambicanos. Os Mambinhas é que não tiveram estofo suficiente para sistematicamente perfurar o espaço defensivo, embora se reconheça que a baliza ugandesa estava fechada por um grande senhor chamado Rachide, o guarda-redes que travou as poucas iniciativas atacantes de Moçambique.

E também não terá sido por falta de maturidade por parte dos “Mambinhas” que Moçambique não marcou a jogar em casa. Faltou estratégia para o efeito. Que maturidade espera ter um jogador de sub-23, que já joga na equipa principal do seu clube? Quantos jogadores no mesmo grupo etário são estrelas do futebol mundial? Temos que nos preparar para os jogos que pretendemos ganhar. Aliás, trabalhemos mais e falemos pouco.

Manuel Meque

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