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Federação de atletismo massifica futebol

Por admin

A Federação Moçambicana de Atletismo (FMA) surpreendeu o país desportivo, semana finda, ao surgir publicamente no distrito da Moamba, província do Maputo, a oferecer equipamento de futebol para a promoção desta especialidade.

Na verdade, era esperado que o elenco dirigido por Shafee Sidat se empenhasse em desenvolver a prática do atletismo no país, objectivo que nem sempre tem conseguido devido a vários factores.

Por exemplo, no Campeonato Nacional de Atletismo disputado ano passado, em Moatize, província de Tete, várias delegações queixaram-se de escassez de material para um melhor desempenho nas suas províncias de origem.

A FMA, representada pelo respectivo Secretário-geral, Kamal Badrú, ofereceu à Escola Primária Mahulane, (anexa da Escola Secundária de Moamba), um conjunto de material desportivo constituído por coletes, cones e bolas de futebol, “com o objectivo de massificação do desporto”.

Curiosamente, Shafee Sidat, actual presidente da FMA, é um aficcionado pelo futebol, modalidade de que foi praticante. Como dirigente, já conquistou títulos nacionais pelos clubes Ferroviário de Maputo e Maxaquene, para além de ser um dos apoiantes do actual campeão nacional, a Liga Desportiva de Maputo.

De resto, o timoneiro da FMA foi um dos agentes-FIFA mais interventivo no futebol nacional nos últimos anos, tendo sido da sua responsabilidade a transferência de vários atletas para o estrangeiro.

Agora no atletismo, o empresário endossou parte do seu protagonismo no futebol moçambicano ao sobrinho, Zuneid Sidat.  

Actualmente, grande parte das “estrelas” da selecção nacional de futebol é representada por Zuneid Sidat, cujo sonho é contribuir directamente para uma presença de Moçambique num Campeonato do Mundo.

Na verdade, aquele jovem Agente-FIFA tornou-se rapidamente no abono da família dos atletas nacionais, transferindo regularmente os atletas para o estrangeiro, sobretudo Portugal.

UM DESVIO DE ATENÇÕES

Azarias Samuel, treinador de atletismo no Ferroviário de Maputo, comentou ao domingo que a federação está a desviar-se da sua vocação e responsabilidade, porque a bola de futebol é de todo dispensável para as corridas.

– No meu entender, a federação devia oferecer outro tipo de material como dardos, discos, pesos e fita-métricas, não propriamente uma bola de futebol. O que fizerem é um desvio de atenções.

Aquele técnico lembrou que em Tete a federação entregou às associações provinciais material adequado ao atletismo, não percebendo agora as razões dessa brusca alteração.

– A associação de atletismo da Cidade de Maputo é a maior do país, não percebo como deixaram a associação aqui, a reclamar de material, para ir oferecer equipamento a uma Escola de Moamba, onde nem sequer um núcleo possui, queixou-se.

O técnico supõe que a federação tenha outro objectivo com aquela doação, “porque não tem nada a ver uma federação de atletismo oferecer bolas de futebol para desenvolver o desporto”, como fundamentou o Secretário-geral da FMA, Kamal Badrú.

No entanto, Azarias Samuel fez saber que um treinador de atletismo pode, ocasionalmente, usar uma bola de futebol para um aquecimento dum atleta antes duma corrida, “mas não é uma prática usual”.

Custódio Mugabe

 

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