José Cucheza apresentou-se na Assembleia Geral com o seu fato distinto, azul, a contradizer totalmente com a indumentária dos adversários, mais informais. Espalhava sorriso por todo lado e
quando cumprimentámos-lhe, apressou-se a dizer que “já ganhei, só tenho medo de acrobacias”.
Quando convidado a apresentar o resumo do seu manifesto aos presentes, Cucheza esclareceu logo que não usaria o pouco tempo para fazer campanha, porque seu rosto e obras falam por si, ele que acaba de deixar a presidência da associação de Tete.
Dedicou o derradeiro tempo para elogiar Shafee Sidat e fazer reparos ao elenco do empresário. Cucheza entende que Shafee é sério e dedicado, mas está rodeado de bandidos que se apoiaram ao empresário para assaltar a federação e perpetuar a desorganização e roubos.
Sem apontar nomes, falou de gente que aumenta zeros em cheques, que obriga atletas a dividirem dinheiro de ajudas de custo para viagens e que desvia equipamentos dos atletas.
Sua campanha tinha como lema “pelo atletismo, uma gota do nosso suor”, mas ali, perante os eleitores, foi longe, afirmando que “pelo atletismo, uma gota do meu sangue”.
Lançou um olhar penetrante pela plateia e atirou: “se o senhor Shafee for eleito e manter no seu elenco estes senhores que tudo fazem contra o desenvolvimento do atletismo, eu vou escrever ao Presidente da República a denunciar, porque estamos cansados de desonestos”.
Já no almoço, mais calmo e conformado, Cucheza dizia que perdeu por causa de acrobacias e que o aparecimento de Shafee Sidat estragou todo projecto.
