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Crise internacional abala financiamento do “Moçambola”

Por admin

A crise internacional está a afectar o financiamento ao Campeonato Nacional de Futebol “Moçambola”, o que concorre para o défice de orçamento para a realização da maior prova desportiva do país.

A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) reúne próxima sexta-feira, em Maputo, na 18ª sessão ordinária, acto que vai culminar com o sorteio do “Moçambola” deste ano, cujo arranque está agendado para o dia 30 de Março.

Os associados da LMF vão reunir-se numa altura que a direcção daquela organização continua a redobrar esforços tendentes à viabilização do campeonato, tendo já garantido a continuidade dos principais parceiros.

Durante o campeonato passado, devido a problemas de tesouraria, a LMF pediu inclusive reforço de patrocínio nas empresas patrocinadoras, tendo recebido respostas favoráveis da Electricidade de Moçambique e Hidroeléctrica de Cahora Bassa.

No entanto, a compartição do Governo para a realização da prova, através do Fundo de Promoção Desportiva (FPD), continua longe do desejável.

Aliás, a título de exemplo, ano passado, o FPD integrou o grupo dos menores financiadores do “Moçambola”, com uma contribuição de um milhão de meticais.

É neste quadro que, aquando da realização, ano passado, do encontro entre o Chefe do Estado, Armando Guebuza, e desportistas, a direcção da LMF entregou ao Presidente da República o documento referente à sustentabilidade do “Moçambola”.

 

CAMPEONATO GARANTIDO

Não obstante as dificuldades de tesouraria que ameaçam o campeonato, a realização do “Moçambola” 2013 está garantida e vai acontecer dentro da programação normal, com a festa do futebol a realizar-se aos sábados e domingos em várias capitais provinciais e distritais.

Nas contas finais de 2012, a LMF apresentou um défice financeiro resultante de problemas iniciados em 2010, quando a factura de transporte subiu de 14 para 20 milhões de meticais, e, por outro lado, da valorização do metical, o que implicou a redução da receita estimada em 300 mil dólares, para além da redução de contribuições dos patrocinadores em virtude dos efeitos da crise financeira sobre as empresas.

As principais rubricas de despesas do “Moçambola” englobam passagens aéreas, taxas de embarque aeroportuárias, arbitragem (deslocação, prémios e subsídios), pagamento dos delegados técnicos da Liga e alojamento.

O transporte aéreo por clube custa à LMF 1.428.570 meticais e ainda a LMF suporta o valor de 841.836 meticais em custos directos por clube com o pagamento de alojamento, taxas de embarque, arbitragem e delegados de jogos.

Este esforço financeiro da LMF tem em vista conferir capacidade financeira aos clubes para a sua sustentabilidade e melhoria das infra-estruturas e da vida dos atletas.

Contudo, o Relatório de Actividades e Contas da LMF da época 2012 indica que “não tendo conhecimento da contribuição da bilheteira de cada clube, não nos é possível avaliar o impacto deste esforço financeiro da LMF sobre os seus associados”.

No grupo dos patrocinadores da LMF, continua a destacar-se as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), com 46.900.822 meticais, Standard Bank (5.187.712 meticais) e mcel (quatro milhões de meticais).

O patrocínio da LAM é canalizado sob forma de desconto comercial nas passagens aéreas, conforme o contrato rubricado entre a LMF e aquela empresa, sucedendo o mesmo com o patrocínio da VDB Sports, que corresponde à entrega directa de bolas Nike aos clubes participantes na prova.

Na época 2012, algumas empresas apresentaram saldo de patrocínio, como são os casos da CMC, Kudumba investimentos, Comércio e Investimentos e Grupo Mica.

Todavia, a LMF conseguiu pagar na totalidade à Federação Moçambicana de Futebol (FMF) a taxa de sustentabilidade por cada jogo do “Moçambola”, não havendo registo de dívidas dos anos anteriores.

 

SORTEIO SEXTA-FEIRA

O sorteio do “Moçambola” 2013 vai acontecer próxima sexta-feira no culminar da Assembleia Geral ordinária, a ser corporizada por quatro pontos de agenda.

Os associados vão fazer a apreciação, aprovação e assinatura da acta nº 17 da Assembleia Geral Ordinária; apreciação, discussão e aprovação do relatório de Actividades e Contas da Liga Moçambicana de Futebol de 2012; apresentação, discussão e aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para 2013, e adopção do Regulamento de Disciplina revisto.

Conforme o programado, o sorteio será realizado segundo um modelo de agrupamento de equipas para permitir que os jogos tenham lugar de forma alternada nalgumas cidades, ou seja, para evitar que numa certa jornada uma cidade acolhe dois jogos para no fim-de-semana seguinte não receber qualquer partida.

A marcação dos jogos será feita com um período de antecedência de um mês, o que vai permitir que todos os clubes planifiquem atempadamente as suas deslocações, salvo as três últimas jornadas, onde por força do regulamento de competições, os jogos são realizados na mesma data e hora, tomando em conta a classificação geral da prova.

Relativamente ao alojamento, a LMF já está a rubricar contratos com os fornecedores de serviços, sendo que em Maputo, à semelhança do ano passado, as equipas continuarão a hospedar-se na Vila Olímpica do Zimpeto, ao abrigo dum entendimento alcançado com o Ministério de Juventude e Desportos.

No Songo, devido a dificuldades inerentes ao alojamento motivadas pela presença de empresas mineiras nos locais onde se hospedam as equipas quando vão enfrentar o HCB, a LMF deverá continuar a alojar as delegações em Tete, deslocando-se a Songo no próprio dia do jogo.

No entanto, a direcção da LMF pretende ver melhoradas algumas situações ocorridas durante a época 2012. Por exemplo, nas reuniões técnicas antes dos jogos orientadas pelos delegados da LMF, constatou-se o incumprimento do horário de reuniões por alguns clubes, a acumulação de responsabilidades dos presentes nas reuniões técnicas, a ausência sistemática de capitães de alguns clubes e a falta de certos elementos das equipas de arbitragem.

 

Matchedje assume campo

do Grupo Afrin na Machava

O campo de futebol da Machava, propriedade do Grupo Afrin e que nos últimos anos foi casa do Maxaquene, depois de ser sede do Atlético Muçulmano, vai agora chamar-se Campo de Futebol do Clube Desportivo Matchedje.

Os “militares” já estão a apagar todos vestígios do Maxaquene no recinto, colocando as cores vermelha e branca do seu emblema.

Na base do acordo com o Grupo Afrin, o Matchedje vai realizar os seus jogos do “Moçambola” naquele recinto, havendo negociações para uma eventual compra da infra-estrutura.

No entanto, o clube das Forças Armadas de Moçambique (FADM) já está a erguer um parque desportivo que terá campo relvado, também na Matola, no bairro Patrice Lumumba.

Sabe-se que o ministro da Defesa, Filipe Nhussi, pretende ver o Matchedje sem queixas de falta de condições para manter-se no “Moçambola”, prova para a qual regressa este ano depois duma época no escalão secundário.

Lembre-se que o Maxaquene rompeu as negociações estabelecidas com o Grupo Afrin para a aquisição do campo devido a discordâncias de verbas com aquele grupo empresarial, o qual pretendia adquirir parte do património dos “Maxacas” na baixa da Cidade do Maputo.

 

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