Está praticamente concluída a construção da nova sede do Comité Olímpico de Moçambique (COM), na Cidade de Maputo. O “Olimpic Terrace” será inaugurado dentro de dias em cerimónia a contar com convidados estrangeiros ligados ao movimento olímpico no mundo.
O COM vai finalmente funcionar em sede própria com a conclusão das obras de construção da sua sede iniciadas em 2013, com um investimento estimado em 40 milhões de dólares.
Segundo o presidente do Comité Olímpico de Moçambique, Marcelino Macome, a marcação da data de inauguração da infra-estrutura está a ser coordenada com os responsáveis do Comité Olímpico Internacional.
Macome falava à margem da assinatura dum Memorando de Entendimento com o Comité Olímpico de Portugal visando apoiar a preparação dos atletas moçambicanos alistados para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, 2016.
“Olimpic Terrace” é o nome escolhido para designar este empreendimento que irá contar com 126 apartamentos para venda, para além de lojas e escritórios. O edifício tem cerca de 30.000 metros quadrados e um “design” contemporâneo, sendo uma nova proposta no mercado.
É um edifício é emblemático e multifuncional, com escritórios, habitações, zona de lazer no seu topo, para além da sede nobre do COM.
A infra-estrutira foi projectada pelo elenco do Comité Olímpico, liderado por Marcelino Macome, na perspectiva de responder aos desafios actuais rumo à autonomia financeira.
A autonomia repercutir-se-á na melhoria de condições para os atletas olímpicos, esperando-se que isso contribua para o alcance de resultados positivos para o desporto nacional, nomeadamente em grandes provas internacionais, mas com enfoque nos Jogos Olímpicos.
ATLETAS PREPARAM-SE EM PORTUGAL
Os Comités Olímpicos de Moçambique e Portugal firmaram semana finda um acordo de parceria tendo em vista os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Brasil, em Agosto próximo.
No âmbito do protocolo, os atletas moçambicanos qualificados para aos Jogos Olímpicos vão beneficiar de estágios em Portugal. Também serão enviados dois técnicos daquele país a Moçambique para apoiar um programa de desenvolvimento de modalidades a indicar.
Segundo Marcelino Macome, acordos similares tem sido rubricados de quatro em quatro anos, e o presente tem a particularidade de abranger atletas paralímpicos e técnicos do COM.
– Rubricamos este tipo de acordos de quatro em quatro anos. Desta vez estendemos o âmbito de actuação, pois para além de estágios de nossos atletas em Portugal, incluímos a capacitação de técnicos do nosso Comité Olímpico e também estágios a atletas paraolímpicos que vão participar nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Moçambique tem o Comité Paralímpico, nós intercedemos para facilitar a preparação dos atletas,aclarou.
José Manuel Constantino, Presidente do Comité Olímpico de Portugal, disse que o entendimento alcançado será materializado para que nada falte aos atletas moçambicanos, tendo em vista a conquista de marcas positivas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Reduzem hipóteses de qualificar
mais atletas aos Jogos Olímpicos
A sensivelmente quatro meses dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Moçambique tem apenas um atleta qualificado ao evento planetário, Kurt Couto, e estão cada vez mais reduzidas as hipóteses de mais atletas conseguirem os mínimos exigidos nas suas especialidades.
Semana finda caiu em terra o sonho dos pugilistas moçambicanos, ao serem batidos sem apelo nem agravo no Campeonato Africano de Boxe decorrido nos Camarões.
Agora a expectativa é qualificar-se ao Rio através do “Mundial” previsto para finais de Maio e início de Junho, na Grécia. Tarefa bastante difícil, considerando que o “Mundial” reúne os melhores e quem não ganhou no seu próprio continente não fará naturalmente parte da elite do planeta.
Na natação, agora existem três esperanças, depois do afastamento da corrida de Denilson da Costa, ferido na queda do muro limite da piscina olímpica do Zimpeto, no dia 20 de Fevereiro passado.
Em masculinos concorre Igor Mogne, enquanto em femininos perfilam-se Jéssica Cossa e Jannah Sonneichein. Igor prepara-se em Portugal, Jéssica na Rússia e Jannay nos Estados Unidos da América.
Os três atletas deverão tentar os mínimos exigidos no Campeonato Africano da Zona IV, nas Maurícias, de 20 a 23 de Abril próximo. Os nadadores são bolseiros do Comité Olímpico e deverão também competir nos meetings que se realizarem nos países vizinhos onde estão a preparar-se.
No atletismo, nenhuma atleta feminina tem hipótese de alcançar os mínimos exigidos. Nos masculinos, contrariamente ao previsto, Alberto Mamba continua em Maputo e só deverá seguir a África do Sul próxima semana.
Questões administrativas atrasaram a viagem do atleta. Creve Machava, que beneficiou de bolsa no Senegal, é uma carta fora de baralho, uma vez registar marcas distantes dos mínimos estipulados.
Relativamente ao judo, Marlon e Neuzo continuam a alimentar esperanças e o exame final deverá ser em Maio próximo no Campeonato Africano agendado para Tunísia. Antes, terão hipótese de participar num Open qualificativo ao Rio de Janeiro em Casablanca, Marrocos. Marlon está a preparar-se na Hungria.
No voleibol de praia batalha pela qualificação a dupla Délcio/Carlitos. A federação da modalidade prevê ainda constituir uma outra dupla masculina. Em femininos estão goradas todas hipóteses.
Por último, na modalidade de canoagem, Mussá Tuabuldine e Joaquim Manhique vão tentar a qualificação a 31 de Março, em Durban, África do Sul, no Campeonato Africano.
O cenário para Moçambique está muito complicado, por isso, alguns atletas irão a Rio de Janeiro como convidados. E já se sabe que o Comité Olímpico Internacional não vai emitir convites para atletas das modalidades de eleição, nomeadamente atletismo e natação.
Custódio Mugabe
