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Candidatos jogam última cartada

Por admin

Texto de Custódio Mugabe
Os quatro candidatos ao cargo de presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) estão no terreno a jogar suas últimas cartadas para saírem vitoriosos nas eleições de próxima quinta-feira, 13 de Agosto.

Alberto Simango Jr. escalou semana finda as províncias da Zambézia, Inhambane, Gaza e Cidade de Maputo, e amanhã vai trabalhar com a Associação Provincial de Sofala.

Sofala onde esteve ontem o núcleo duro da candidatura de Manuel Chang, o primeiro candidato a lançar-se à corrida e que já escalou todas províncias do país.

Enoque João reuniu com as associações provinciais do sul do país, tendo saído com esperança de lhe ser depositado o voto.

Teodoro Waty esteve ontem em Gaza, e esta semana vai escalar Inhambane, cidade e Província do Maputo, onde vai encerrar a campanha eleitoral.

Entretanto, o ministro da Juventude e Desporto, Alberto Nkutumula, aclarou que o Governo não tem qualquer candidato e que vai apoiar aquele que for eleito pelas associações provinciais a bem do futebol moçambicano.

“As eleições na Federação Moçambicana de Futebol devem ser o exemplo mais paradigmático de valores da ética, da moral, da transparência e da honestidade, para que realmente tenhamos o homem certo no lugar certo. Caros amigos, a mulher de César não basta ser honesta. Deve também parecer honesta”, referiu, antes de esclarecer a posição do Governo.

– Nós, como Governo, iremos trabalhar com qualquer candidato que vencer o escrutínio, para o bem do futebol moçambicano. No entanto, não nos sentiremos confortados trabalhar com alguém cuja eleição tenha resultado de um processo inquinado e não de um processo verdadeiramente consensual. Portanto, não há candidato do Ministério da Juventude e Desporto.

Defendo fusão de listas

com Simango Jr. como líder

– João Raúl, do Costa do Sol

João Raúl é Secretário-Geral do Costa do Sol. Mas não é nessa qualidade que emite opinião sobre as eleições na FMF. Fá-lo como desportista, apenas.

Defende uma fusão das quatro listas porque no futebol há espaço para todos e vê mais-valias em todas candidaturas. Mas julga que o líder devia ser Alberto Simango Jr. Por quê?

– “Nos quatro tinha-se que se tirar um líder, e depois entrarem os quatro na federação. Todos eles têm espaço na federação. Manuel Chang tem domínio financeiro de Moçambique pelo cargo que ocupou. Devia ser aproveitado para a área das finanças.

Enoque João, por aquilo que está a nos informar domina o marketing internacional. Esse na captação de fundos para o funcionamento da federação tem espaço.

Teodoro Waty sabemos que é um prestigiado jurista da praça, na matéria legal é onde se podia encaixar e seria mais-valia.

O Alberto Simango Jr., sendo uma pessoa que está no futebol, está a gerir o futebol, é o representante dos clubes, é o expoente máximo dos clubes que fazem o campeonato nacional, por inerência do que faz até podia ser presidente da federação.

Seria importante que se mudasse a política de como se fazem as eleições na federação. Eles quatro podiam criar grupos de trabalho fortes para sustentar este futebol, tendo uma equipa executiva muito forte e competente”.

O dirigente justifica que se se o país pretende um futebol forte, é necessário harmonizar os manifestos e as vontades dos candidatos.

– Se queremos mudar o futebol, quem neste momento está a fazer o futebol duma maneira um pouco profissional, que apaixona o povo, é o actual presidente da liga de futebol. Outros dominam a parte legal, o espaço económico e o marketing. São as grandes áreas de funcionamento da federação, sou a favor da fusão das candidaturas, essas guerras não nos vão levar a nada. Há espaço para todos.

No entender do nosso entrevistado, as associações com muitos clubes no Moçambola devem fazer parte do órgão decisório da federação “Falo de Maputo, Nampula e Zambézia. A voz deles deve ser ouvida no órgão decisório da federação. Os jogadores, treinadores e árbitros deviam ser integrados na estrutura da federação para que seja forte. É o que se deseja e vamos apresentar uma proposta para alteração dos estatutos no futuro”.

Candidato sem TV em casa

Evaristo Enoque João é um candidato inspirado na diáspora, onde afirma ter contactos bastantes para contribuir na formação de jogadores nas academias mais reputadas do Mundo.

Semana finda desdobrou-se em contactos com potenciais eleitores da zona sul do país, depois de ter escalado provinciais do norte, donde saiu com promessas de lhe depositarem o voto na quinta-feira, 13 de Agosto.

Quarta-feira teve pouca sorte. Ignorante do sofrimento que se passa na ligação Maputo-Matola nas horas de ponta, fez-se à estrada na véspera das 17 horas, indicadas para o arranque da reunião com os clubes da província do Maputo e só chegou uma hora e meia depois da hora combinada.

Mesmo assim, passou mensagem da necessidade de mudança e inovação na gestão da federação porque o futebol está muito mal e não se recomenda a ninguém.

Sublinhou que tem contactos fortes na diáspora e que de fora pode trazer soluções para o sofrimento dos “Mambas” e seus adeptos.

Já na quinta-feira foi mais sortudo…em termos de horários. Na verdade teve uma tarde quente na sede da Associação de Futebol da Cidade de Maputo e precisou até dum chá para arrefecer as temperaturas!

Falou da necessidade de formação de todos agentes desportivos. Do combate a árbitros incompetentes. Disse que com ele na federação não haveria clubes como o Desportivo que não pagam salários…e aí azedou, com o embondeiro Pedro Sitói a levantou a voz para dizer “não fala mal do meu Desportivo”.

De resto o copo já estava a transbordar do lado dos jornalistas que não gostaram de ouvir o candidato Evaristo Enoque João a qualificá-los de medíocres, lembrando o discurso do cooperante Diamantino Miranda, o tal que na passagem pelo Costa do Sol diagnosticou que os jornalistas daqui são comprados por um prato de sopa…

Enoque João reagia em tom alto ao facto de alguma rádio que ele não ouviu ter-lhe chamado de “candidato Tuga”. “Disseram-me”, defendeu-se.

Mas Enoque João não é Diamantino Miranda por isso tratou de explicar mais: “na minha casa não tenho televisão. Não tenho porque não quero. Na TV passam muitas fofocas e eu prefiro os livros que lá cultivo a minha inteligência”…

Maputo decide terça-feira

A Associação de Futebol da Cidade de Maputo (AFCM) reúne terça-feira próxima em Assembleia Geral para decidir o destino do seu voto no escrutínio agendado para quinta-feira na capital do país.

Filipe Budula, Presidente da AFCM, disse que ele próprio não tinha candidato e cabia aos clubes o mandatarem em quem depositar o voto.

De resto, após ouvir os candidatos, desejou-lhes a todos boa sorte com a mensagem de “que vença o melhor para o futebol moçambicano”.

Nampula votou no presidente da Liga

Seis dos onze clubes da província de Nampula votaram em Alberto Simango Jr. na Assembleia Geral Ordinária realizada semana finda para escolher o destino do voto da província nas eleições da FMF. Outros dois depositaram o voto em Manuel Chang.

José Sarajabo, Vice-presidente para a Alta Competição da Associação Provincial de Futebol de Nampula, disse que os clubes entendem que o manifesto de Alberto Simango Jr. “é muito técnico, não político”.

– Apresentou-nos um projecto realizável, não cheuio de promessas difíceis de cumprir, anotou aquele dirigente, revelando que no escrutínio faltaram três clubes filiados.

Entretanto, o presidente do Desportivo de Nacala, Mahomed Munir, referiu que a sua direcção direcção depositou o voto no candidato Alberto Simango Jr por causa dos resultados alcançados nos últimos tempos na propagação e expansão do campeonato nacional de futebol, o "Moçambola".

Este não é o momento de continuarmos a dar incentivo moral. Precisamos de incentivo financeiro porque quase todas as equipas tem escalão de formação, mas maior parte, os seus formadores não tem capacidade para exercer a sua tarefa. Então precisamos de dar instrumentos necessário a esses profissionais para aprofundarem a sua actividade,disse.

Custódio Mugabe
custódio.mugabe@yahoo.com.br

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