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Atletismo na Mafalala pela mulher

Por admin

O Dia 7 de Abril de 2016 foi diferente para o histórico Bairro da Mafalala, na Cidade Maputo, com a presença de atletismo nas suas serpenteadas ruas.

 A Federação Moçambicana de Atletismo (FMA), sob orientação do seu presidente de direcção, Shafee Sidat, agendou para o histórico 7 de Abril, dia da mulher moçambicana, a Corrida Pela Paz da Mafalala, no cumprimento de um programa que já escalou várias províncias do país.

Foi inevitável que a concentração, a partida e meta fosse no campinho da Mafalala, onde dia e noite se joga futebol, de segunda a domingo, mesmo com a chatice de a bola passar mais tempo fora das quatro linhas do “quadradinho” que dentro das mesmas. Assim como não se evitou choque entre o futebol e atletismo, que não chegou a alarmar.

Enquanto se aguardava por mais corredores, os meninos já equipados para a Corrida Pela Paz roubaram a bola dos veteranos que se equipavam e começaram a fazer o que mais gostam, jogar futebol. A situação embaraçou os organizadores do atletismo que temiam pelo desgaste físico dos miúdos, o que podia comprometer sua participação na corrida.

A corrida começou sob olhar dos senhores que já jogavam a bola. Crianças e jovens de ambos sexos corriam para ganhar dinheiro (três mil meticais para o primeiro, dois para o segundo e um para o terceiro) e kits escolares, do primeiro ao décimo classificado.

Porque a realização da Corrida Pela Paz não tinha sido do conhecimento da maioria dos residentes do já classificado de “Bairro Turístico”, muitos assistiam-na com espanto. Aos poucos foram apercebendo-se que se tratava de corrida de crianças.

Certamente que se a prova tivesse sido devidamente divulgada a Mafalala toda teria acordado cedo para sua gente disputar o dinheiro que tanto faz falta, sobretudo nos dias festivos como aquele 7 de Abril.

Quis a organização que a corrida tivesse o percurso que teve! No fim foi difícil saber quem de verdade correu de ponta a ponta, já que houve tantos rapazes e raparigas que andaram a encurtar a distância pelos becos que fazem da Mafalala um labirinto invejável. O mesmo acontecera no município de Gondola, em Manica, o que já deve ser suficiente para servir de lição.

Em femininos não houve tanta batota como em masculinos, dai que as três primeiras a cortarem a meta o fizeram justamente. Aliás, os injustiçados da Corrida Pela Paz da Mafalala foram os três primeiros classificados masculinos, desclassificados por serem federados, o que não aconteceu em femininos. A festa era mesmo das mulheres!

O carro que devia servir de guia teve que fazer encurtamento da distância, pois, devido ao número elevado de lombas nas ruas era ultrapassado. São Coisas da Mafalala!

E mais uma vez ficou claro que o cerne das Corridas Pela Paz é o apelo a paz efectiva no país. Busca de talento fica para outras iniciativas, em que serão necessárias regras convencionais de atletismo. Porém, ninguém fechará olhos se numa e outra corrida emergir uma Lurdes Mutola, que não conseguimos fazer nas pistas.

Manuel Meque
manuel.meque@snoticicas.co.mz

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