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Associações manifestam dificuldades de funcionamento

Por admin

Foram várias as dificuldades de funcionamento apresentadas pelos dirigentes das associações desportivas da Cidade de Maputo à brigada da Inspecção-Geral da Juventude e Desporto, encabeçada

 pelo respectivo inspector-geral, José Dimitri, na quarta-feira, 15 de Maio, nas instalações da AMASP. Uns priorizaram a falta de sedes para o seu funcionamento, outros incapacidade financeira que lhes impede de cumprir os seus programas e planos.

 

No início do encontro, o inspector-geral pôs à mesa sete pontos, designadamente organização e funcionamento da associação, legalização, processo de inscrição e filiação de atletas, inspecções médicas dos atletas, sedes sociais, processo de formação de agentes desportivos e relacionamento de trabalho com a Direcção da Juventude e Desportos da Cidade de Maputo e respectiva federação. 

Sandro Santos, presidente da Associação de Patinagem da Cidade de Maputo, destacou as responsabilidades da sua instituição na movimentação do hóquei em patins no país, da problemática de falta de infra-estruturas, elogiando a direcção do Clube Estrela Vermelha de Maputo que cede seu pavilhão para treinos e jogos.

Lamentou o facto de não ter sede, estando a funcionar no clube de Luís Manhique. E classificou de bom o relacionamento com a federação e a DJD da cidade. Disse haver diminuição de clubes praticantes da modalidade, indicando que de mais de dez no passado, reduziram para apenas quatro presentemente.

Supõe-se que aos atletas, que não possuem cartões-licença, são submetidos às inspecções médicas nos clubes.

Falta de sede também foi apresentada pela associação dos veteranos de futebol, composta por 18 equipas, fundada há cinco anos, em fase de legalização. Esta instituição realiza suas reuniões no Centro Social do Clube Estrela Vermelha. Não tem dinheiro para promover cursos.

Os veteranos informaram a José Dimitri que são impedidos de entrar para os campos nos jogos do Moçambola quando não apresentam bilhete de ingresso. Julgam eles que deviam ter livre-trânsito. Disseram ainda que só os que foram muito famosos conseguem assistir aos jogos sem pagar.

Queixaram-se de não ser considerados pela Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e pela Liga Moçambicana de Futebol (LMF). Também precisam de inspecção médica, mas não sabem onde arranjar dinheiro.

A Associação de Futebol da Cidade de Maputo, pela voz de Orlando Chamusse, seu secretário-geral, parece não ter muitos problemas. Tem sede, em instalações do Estado, no Prédio Azul, tem estatutos publicados no Boletim da República, tem 54 associados, 52 equipas, em masculinos e femininos, e futsal, movimentando 2670 atletas, dos quais só 185 foram submetidos às inspecções médicas. Trabalham na cidade 75 técnicos do nível básico (1 e 2), 65 árbitros recém-formados de um total de 115. 

“No próximo ano não vamos aceitar nenhuma inscrição sem inspecção médica”, avisou Orlando Chamusse. O relacionamento com a Direcção da Juventude e Desportos da Cidade de Maputo e a com a FMF é salutar. A AFCM está inquieta por a Cidade de Maputo estar a ficar sem campos, já que os clubes estão a transferi-los para a vizinha Matola, por alegada falta de espaço propalada pelo Conselho Municipal da capital do país. Pede à imprensa desportiva para se fazer presente nos jogos das camadas de formação, deixando de preferir ocupar os seus espaços noticiosos com o hóquei de gelo do Japão.

Também se fez presente a Associação de Dança Desportiva, que funciona no Centro Cultural do Banco de Moçambique, em parceria com a Embaixada do Brasil. Apesar de já ter clubes, os atletas são inscritos directamente na associação.

Assume-se como federação, daí que tencione impulsionar a criação de clubes na Cidade de Maputo e fora desta. Está legalizada, com estatutos publicados no Boletim da República desde 2012.

Os atletas mais velhos são responsáveis pela formação dos mais novos, desde seis anos de idade. Neste momento existem 30 atletas da dança desportiva. É mais aderida pelas raparigas que pelos rapazes. Internamente não há campeonatos. Os atletas nacionais só participam em eventos internacionais.

Mas daqui a pouco vai ter lugar, em Maputo, um campeonato que ao mesmo tempo se denominará nacional e internacional. No país não se produz o equipamento de dança desportiva, considerado bastante caro. Os espaços em que se dança não são próprios, como é a sala da Escola Secundária Estrela Vermelha, que partilha com uma outra modalidade.

Dimitri ouviu tudo que se disse e questionou o que tinha por questionar.

Respondendo à preocupação dos veteranos, que não têm livre-trânsito aos jogos do Moçambola, o inspector-geral afirmou que “quem deu algo pelo desporto tem de ser reconhecido.”

No entanto, apelou a todos para que acelerem os processos da sua legalização para que possam discutir os seus problemas em pé de igualdade com as outras instituições.

Quanto à falta de dinheiro para formação de juízes cronometristas e treinadores, dilema apresentado por quase todos, o inspector-geral aconselhou aos dirigentes associativos a contactarem o Instituto Nacional do Desporto, no Estádio do Zimpeto.

“ O Bilhete de Identidade (B.I) de cada instituição desportiva são os seus estatutos quando publicados no Boletim da República”, informou José Dimitri, para depois rematar:

– Deve-se reflectir se é idóneo que associações funcionem nos clubes.    

 

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