O ano de 2015 foi quase a todos títulos de sucesso na Associação de Futebol da Cidade de Maputo (AFCM). Em final de mais uma época, o presidente daquela agremiação, Filipe Budula, entende que há motivos para celebrar, mau grado a contínua redução de campos na capital do país.
Foi no ano prestes a findar que a capital do país recolocou mais um clube no “Moçambola”, concretamente o Estrela Vermelha de Maputo, vencedor da “poule” regional sul, torneio que também integrou outra formação de Maputo, nomeadamente o Matchedje.
Realce ainda para o facto de o “Moçambola” ter sido conquistado pelo Ferroviário, tal como a Taça de Moçambique, nas vitrinas da Liga Desportiva de Maputo.
Ao rever a época finda, o presidente de direcção da AFCM destaca a movimentação de um total de três mil jogadores de todos os escalões e a realização de todas provas programadas, desde os torneios de abertura, campeonatos e taças. Em todas competições os vencedores receberam respectivos troféus e medalhas.
– Não temos dívidas!Reivindica Budula, congratulando-se pelo facto dos árbitros e delegados haverem recebido a tempo e hora os prémios acordados. Também sorri porque os funcionários, como habitualmente, receberam todos salários, incluindo o 13° vencimento.
No nosso manifesto eleitoral apresentado há dois anos assumimos como desafio qualificar seis equipas ao “Moçambola” e próximo ano assim será. Agora pretendemos sete para elevar o nosso domínio e estamos a um passo desse objectivo– refere o nosso entrevistado.
Em 2016, a Cidade de Maputo será representada no “Moçambola” pelos clubes Ferroviário, Costa do Sol, Maxaquene, Desportivo, Liga Desportiva e Estrela Vermelha.
Também congratula-se pelo facto de em 2015 não ter havido casos de má qualificação de atletas e ter reduzido significativamente a falsificação de idades e identidades, pelo que o trabalho dos Conselhos de Disciplina e Jurisdicional foi praticamente nulo.
Tal como referiu o dirigente, concorreram para a redução de falsificações de idades e identidades duas medidas implementadas este ano, nomeadamente a exigência de apresentação de bilhete de identidade biométrico dos atletas e a sensibilização junto dos dirigentes dos clubes, sobretudo dos técnicos das camadas de formação.
Aos técnicos foi transmitida a mensagem de que o mais importante é formar atletas e homens do amanhã do que propriamente ganhar a todo custo, para além de que em casos de denúncias e respectivas provas, o clube visado será castigado por derrota em todos jogos que tiver utilizado o jogador em causa.
CAMPOS PRECISAM-SE
A Associação de Futebol da Cidade de Maputo realiza entre 50 a 55 jogos por semana, o que requer certa fartura de campos. No entanto, a realidade actual contrasta com o volume dos jogos na capital do país, o que implica sobrecarregar os mesmos recintos.
Filipe Budula observou que este ano a capital do país perdeu oficialmente os campos do Estrela Vermelha e Desportivo, estando em vias de ficar sem o do Maxaquene, que tem estado apenas disponível para acolher espectáculos musicais.
Anotou que o Estrela Vermelha e Desportivo emigraram para a província do Maputo, na zona de Marracuene, o que futuramente vai complicar os clubes filiados, dado que ambos recintos estão fora da jurisdição da AFCM.
“Para distribuir os jogos torna-se um bico-de-obra. Por isso, pensamos em criar associações distritais para melhorar a situação, sobretudo na realização dos jogos das camadas de formação. Estamos a dialogar com a direcção de Desporto da cidade para um melhor aproveitamento dos espaços livres ainda existentes”, referiu.
Questionado sobre a movimentação das especialidades de futsal e futebol de praia, Budula indicou que o planificado foi realizado, mas com alguns solavancos.
– No futsal tivemos um bom campeonato, mas tivemos um interregno porque algumas equipas não pagaram a tempo o valor de comparticipação. No futebol de praia tivemos um compromisso com a Prosport que não foi fechado, por isso estivemos à margem do campeonato realizado. Apenas fornecemos os regulamentos e respondemos a algumas solicitações da prova, que movimentou 16 equipas, o que já é um sinal positivo.
Igualmente por melhorar há a assinalar faltas injustificadas de alguns árbitros, “pelo que pedimos desculpas aos filiados. Para o ano vamos melhorar. Felizmente nenhum jogo deste ano foi protestado por causa duma alegada má actuação dos árbitros e também não registamos escândalos ou casos de arbitragens, sobretudo no campeonato sénior masculino”.
Divisão de Honra em equação
O regresso do Campeonato Nacional de Divisão de Honra, disputado por regiões, volta a estar na mesa e os clubes da Cidade de Maputo vão analisar a situação brevemente.
A ideia da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) é a zona sul, por exemplo, disputar um campeonato de 12 clubes, com três representantes de cada província (Maputo, Inhambane, Gaza e Cidade de Maputo), apurando-se o vencedor para o “Moçambola”.
Perguntamos a Filipe Budula como é que a capital do país estava a preparar-se para essa prova, tendo respondido nos seguintes termos:
– Vamos submeter a proposta aos filiados para uma auscultação. No âmbito desportivo é uma prova vantajosa porque vai elevar qualidade do futebol praticado no país. Do ponto de vista financeiro é desgastante porque os clubes têm limitações, provavelmente terão que ser apoiados em algumas despesas para viabilizar esse tipo de competição.