– revela Yassin Amuji sem admitir entretanto viciação de resultados como fruto de corrupção
A revelação foi feita em resposta a uma nossa pergunta, que consistia em saber se nunca aliciou árbitros ou se estes nunca o envolveram em acções de corrupção para viciação de resultados. Ou se nunca comprou árbitros para a sua equipa ganhar.
A conversa com Yassin Amuji aconteceu em sua casa, no município de Vilanculos, onde, para além de desportista, é empresário multissectorial.
“ O que é comprar árbitro? Pedir para ganhar um jogo? Nunca fiz. Pedir para o arbitro ser justo, já. Mas também não digo que os árbitros nunca saíram de Vilkanculos com colemanes cheios de peixe, ganhando ou não Vilanculos. Isso nunca foi suborno. No entanto, nós já detectamos cenas de corrupção, como quando um jogador do Matchedje nos quis aliciar”, respondeu Yassin Amuji.
Digo mais, várias vezes senti-me prejudicado, mas nunca gostei de falar de arbitragem. Quando tinha 24 anos fiz uma crítica no provincial, que não valeu nada. Mesmo criticando a arbitragem não se resolve o problema das arbitragens.”
Moçambola
sem ganhos
Quatro anos no Moçambola foram suficiente para Yazssin concluir que participar nela não trás ganhos para um clube como seu. Vilanculos FC foi despromovido em 2013.
“Participar no Moçambola não traz ganhos. Nele tudo é imposto, até onde dormir jogadores. Devia cada clube receber um valor das contribuições das empresas patrocinadores e fazer sua gestão. Eu com dinheiro na mão teria capacidade de negociar com uma determinada empresa para o transporte aéreo dos meus jogadores ou para a sua hospedagem em hotéis mais dignos. A Liga Moçambicana de Futebol (LMF) não quis esse método alegando que não tinha dinheiro. Achei melhor sair. Fora do Moçambola ajudo melhor a desenvolver o desporto nacional apostando na formação”, explicou Yassine.
Yassine recordou o dilema por que a sua equipa passava para ir jogar fora.
“Saía daqui numa quinta-feira; ficava a viajar sexta e sábado; domingo iniciava viagem de regresso. Por vezes conseguia descansar na segunda-feira para na quarta-feira fazer outro jogo. Quer dizer, a minha equipa treinava-se a viajar, na rua, e já tivemos jogadores a desmaiar por falta de descanso, mas era isso que os senhores da LMF entendiam como coisa normal para ter Vilanculos FC no Moçambola. Foram quatro anos no Moçambola sem avião para os jogadores de Vilanculos FC. Entrou ENH e já há avião para seus jogadores! ”
Sobre o futebol na província de Inhambane, Yassine não vem nada diferente do que acontece no resto do país, “ em que se verifica desprezo quase total de formação. Não há campeonatos de iniciados, infantis e juvenis. Vais resistindo o escalão de juniores, com um campeonato dividido que termina com final norte-sul.”
Das camadas de formação do Vilanculos já emergiram jogadores para as selecções nacionais, casos evidentes de Osvaldo e Norberto. Porém, ainda não começou a vender aquilo que produz, alegadamente porque “ nenhum dinheiro equivalente ao custo dessa formação. É provável que ganharemos no futuro, já que o projecto é de longo prazo.”