Início » Amigos e naturais devem prestar ajuda

Amigos e naturais devem prestar ajuda

Por admin

Maria Rajabo Munjune, presidente da Associação Provincial de Futebol do Niassa (APFN), apela aos amigos, simpatizantes e naturais do Niassa, espalhados pelo país para que prestem apoios à província para que esta retorne ao Campeonato Nacional de Futebol, o Moçambola.

Entende ela que todos, desportistas, músicos, académicos, políticos, deputados e outros, podem ajudar a província a voltar ao convívio da prova máxima do futebol moçambicano para a satisfação de toda a população que tem no futebol a coisa que mais gosta de ver nos seus tempos livres.

Maria Rajabo é uma mulher de convicções, que desimples membro de claque de futebol, no distrito de Lago, na década de setenta, se colou ao desporto até hoje que é presidente da APFN.

Na década de oitenta experimentou jogar futebol no centro educacional de Maiaca, distrito de Maua, mas, tal como o próprio futebol feminino no país, não foi longe.

A trabalhar na ECMEP (já extinta), empresa outrora patrocinadora do Futebol Clube de Lichinga, foi indicada vice-presidente do clube para área administrativa. Chegou de organizar torneio de futsal envolvendo trabalhadoras das ECMEPs do Niassa, Nampula e Cabo Delgado, tendo como convidada especial a empresa Águas de Lichinga. O evento foi ganho pelo Cabo Delgado, ficando Niassa em segundo lugar.

Por motivos que não revela deixou de ser vice-presidente do FC Lichinga. Depois foi convidada a dirigir o departamento do futebol feminino na APFN. Quando o vice-presidente da associação foi transferida para Nampula, a ela foi confiada a pasta deixada vaga. Um ano depois, o presidente da associação, Zefanias Manhiça, veio a Maputo continuar com os estudos. Mesmo sem ser indicada presidente, Maria Rajabo passou a exercer essa função. Três anos depois, em Maio deste ano, concorreu para o cargo de presidente da APFN. Ganhou as eleições. 

É com essa mulher que domingoconversou, à margem da II Conferência Nacional, realizada em Maputo, nos dias 16 e 17 de Outubro, sobre a problemática do futebol na maior província de Moçambique, Niassa.

Senhora presidente, qual é a saúde do futebol da província do Niassa?

Em termos gerais o futebol do Niassa atravessa momento crucial. Temos duas equipas, UP de Lichinga e Desportivo de Cuamba, na poule de apuramento mas, infelizmente, não nos qualificamos para o Moçambola.

O que falhou?

Não sei… É um assunto que preciso de investigar. Não se compreende o fracasso na poule, se o nosso campeonato foi o mais renhido do norte. Tínhamos toda a esperança de nos qualificarmos para o Moçambola do próximo ano. Do balanço saberemos o que aconteceu.

Quantas equipas ou clubes tinha o vosso campeonato deste ano?

O nosso campeonato tinha quinze equipas, distribuídas em duas zonas, sul com cinco e norte com dez.

Quais eram do sul e do norte?

A zona sul era composta por Liga Muçulmana, Mecanhelas, Mandimba, Académica e Associação Desportiva de Cuamba. A zona norte era constituída por Águias de Planalto, UP de Lichinga, Costa do Lago, Sanga, Muembe, Ondas Magnéticas da Cerâmica, União Desportiva de Sanjala, Estrela Vermelha de Lichinga e Mataca Futebol Clube de Lichinga.

Quantos distritos se fizeram presentes no “provincial”?

Foram os distritos de Cuamba, Mecanhelas, Mandimba. Lago, Sanga, Muembe e distrito de Lichinga.

 

SEM CAMPOS ADEQUADOS

E qual é a situação dos campos de jogos?

Essa é que uma pedra no sapato do Niassa. Em Lichinga temos o campo municipal 1º de Maio. Para a poule reabilitou-se o campo municipal de Cuamba. E temos o campo do Ferroviário de Lichinga que por vezes nos socorre. Temos outros campos que, para além de pelados, não se apresentam com condições adequadas para uma boa prática de futebol. Tirando o campo 1º de Maio de Lichinga e de Cuamba todos os outros não têm vedação.

A que se deve à realização do campeonato por zonas?

É mais para rentabilizar a prova, dadas as dificuldades das equipas para longas deslocações, como de Lago a Mecanhelas. Procuramos encurtar as distâncias. Evitamos desistências maciças ao mesmo tempo que aproximamos o futebol de alta competição às comunidades. Cada zona apura duas equipas que disputam a fase final do campeonato provincial.

A Associação tem “pernas” para se deslocar a os distritos no acompanhamento da organização e realização das actividades futebolistas?

As pernas criam-se. Haver ou não condições de trabalho depende das pessoas que estão em frente dessas instituições. Nós como temos vontade de trabalhar arranjamos pernas para andar.

Se conseguem andar, então que dificuldades têm?

Como já me referi, nós precisamos de campos melhorados.

Tal como já foi o 1º de Maio!

Sim. Temos uma sede em condições.

Qual é o relacionamento com o empresariado local?

Está a levantar um problema que é nacional. Quando não tens bons resultados, ninguém te apoia. Enquanto o nosso campeonato decorria renhidamente, aparecia alguém para apoiar. Agora que andamos de rastos na poule, o empresariado se afastou.

Quem tem estado a financiar as actividades da associação?

Não temos um financiador permanente. Cada vez que temos um evento andamos a fazer peditórios.

E qual tem sido o gesto do Governo provincial para com o futebol?

Como sabe, o Governo para dar dinheiro tem de saber com justificar. Se calhar, podia dar dinheiro as equipas da poule.

Não deu?

Que eu saiba, não. Se algum clube recebeu apoio do Governo, então não nos comunicou. Nós fizemos uma carta ao Governo a indicar quem eram os nossos representantes na poule. Até aqui não tivemos carta de retorno a dizer que o Governo vai apoiar com tanto.

Você pode também gostar de:

Leave a Comment

Propriedade da Sociedade do Notícias, SA

Direcção, Redacção e Oficinas Rua Joe Slovo, 55 • C. Postal 327

Capa da semana