Economia

Levantamento sísmico no Delta do Zambeze

Texto de Angelina Mahumane
angelina.mahumane@snoticicas.co.mz

Estão criadas as condições para o arranque, no próximo mês, do levantamento para a aquisição de cerca de 19 mil quilómetros de dados sísmicos a duas dimensões (2D) no Norte do Delta do Zambeze, no quadro do prosseguimento da prospecção de hidrocarbonetos ao largo da costa moçambicana off shore (no mar).

Segundo dados fornecidos por José Branquinho, director de Recursos do Instituto Nacional de Petróleo (INP), além da actividade que vai iniciar nos próximos dias, no Norte do Delta do Zambeze, está em curso, desde semana passada, a aquisição de dados sísmicos em três dimensões (3D) em cerca de 40 mil quilómetros, a Sul da Bacia do Rovuma, pela empresa francesa Compagnie Générale de Géophysique (CCG).

Branquinho, que falava durante a IV edição da Cimeira de Gás de Moçambique, sublinhou que estas duas áreas poderão ser colocadas à disposição das empresas vencedoras dos próximos concursos para que possam aferir a existência ou não de petróleo em quantidades comerciais.

No país temos áreas onde existe promessa de ocorrência de petróleo. Para se chegar a esta conclusão foi desenhada uma estratégia que consiste na aquisição de dados geofísicos de diferente natureza. Em 2016, tivemos um concurso público para seleccionar empresas que poderiam fazer a recolha de dados e já adjudicamos parte dos contratos”, disse Branquinho.

Para além disso, revelou que recentemente foi realizado um projecto para apurar uma eventual ocorrência de petróleo nas bacias de Moçambique e do Rovuma e chegou-se à conclusão de que existe um potencial para a sua geração, uma vez que a maior parte das rochas que ali abundam apresenta características adequadas por serem da Idade Jurássica.

Referiu ainda que a Eni e a ExxonMobil, concessionárias das quatro áreas da Bacia do Rovuma e do Delta do Zambeze, mantêm a esperança de que os dados que estão a ser adquiridos e a pesquisa que se vai seguir poderão revelar a existência de hidrocarbonetos, principalmente do petróleo.

No que se refere à possível exploração destes recursos, a fonte recordou que a Lei de Petróleos já obriga que parte destes recursos seja usada a nível local, o que poderá alicerçar o desenvolvimento da indústria nacional.

Ainda sobre a ocorrência de petróleo, Branquinho disse que decorrem esforços visando confirmar a existência deste recurso em outras áreas circundantes. “É uma questão de tempo. Vamos provar a existência deste recurso fora de Inhassoro”. 

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