Bula Bula

Vandalizando o que nos serve

Neste país há cada uma. Andando pelo mesmo, de lés a lés e atento a tudo o que nos rodeia, pode-se morrer de pasmos de incredulidade pelo que aqui se passa. Há bem pouco tempo foi notícia o caso de pessoas que se juntam ao longo da linha férrea, na via para Ressano Garcia, para apedrejar passageiros ferroviários.

 Até feriram várias pessoas que viajam nas carruagens, sedentas de chegarem a casa e que de repente apanham uma pedrada, sem saber de que pecados são acusados. Isto levou o caricaturista a imaginar um tipo de passageiro ferroviário que se faria ao comboio com uma panela na cabeça, como protector, para evitar ser atingido. 

Nas estradas e vias, há gente que luta contra os sinais de trânsito. Vandalizam-nos e não permitem melhor orientação rodoviária. Chegam a arrancar reflectores de orientação para uma boa condução nocturna.

Isto tudo vem a propósito do caso verificado esta semana, em que indivíduos desconhecidos vandalizaram o Posto de Transformação (PT) número Cinco, na N4, e afectaram o serviço de iluminação pública no troço entre o Nó da Machava e o cruzamento da CMC, no Município da Matola. Sabe-se que é a quarta vez, só este mês, que o referido PT, localizado junto à ponte ferroviária no bairro Trevo, sofre vandalização.

 

A TRAC dá o grito para que os vandalizadores olhem para o bem público como de facto público e não para servir uma pessoa. É que em todos os quatro episódios já ocorridos, foram retirados contactores e disjuntores industriais, equipamentos que se presume sejam vendidos a preços de banana no mercado informal. Quem compra a preços irreais estes equipamentos que deviam servir o público?

A concessionária indica que só num mês, foram contabilizados danos financeiros estimados em cerca de um milhão de meticais, fora os transtornos causados ao público utente da N4.

 

E lança um apelo vigoroso a todos nós: “temos doze Postos de Transformação instalados em vários pontos da via, entre a Portagem de Maputo e Ressano Garcia, para assegurar não só a iluminação pública como também o accionamento de outros serviços dependentes de energia eléctrica. A TRAC apela à colaboração da sociedade em geral e dos utentes em particular, no esforço visando controlar este tipo de práticas, e agradece o empenho de todos na promoção de boas práticas de utilização do bem colectivo. A sua segurança na estrada é a nossa preocupação”.

 

Não tinha ainda ecoado longe o grito da concessionária, os vandalizadores, não satisfeitos com o que fizeram no PT 5, foram de novo à rede que separa as faixas de rodagem na zona do Hospital Geral José Macamo, destruíram e/ou roubaram a rede. Aquela zona, além da unidade sanitária, tem uma morgue e uma escola primária, e é, por isso, um sítio de grande circulação de pessoas, a maioria das quais crianças. O que fazer face a isto? A única coisa que Bula Bula pede à TRAC  é ter paciência de china e não desistir de garantir a segurança dos seus utentes. Por isso, como fez com o PT, o melhor é recolocar também a rede junto ao Hospital José Macamo, e nestas alturas de distracção pela azáfama natalícia, de certeza vai conseguir salvar vidas humanas dos atropelamentos. Se calhar, é melhor também ir pensando numa maneira de manter uma segurança permanente, em ronda pela via, para vigiar os troços e as infra-estruturas, de modo a não continuar a sofrer este tipo de prejuízos. Homem prevenido vale por dois, lá diz o velho ditado.

 

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