Bula Bula

SOS 223 ou a ameaça das peladonas!

A memória às vezes atraiçoa-nos mas há coisas que não é possível olvidar. Há alguns anos, um grupo de mamanas desfilou de mamocas ao léu algures em Montepuez.

 A experiência – ao que tudo indica – está em vias de virar Marca Registada… há ameaças de uma possível passeata similar em Maputo… uma certa liderança conclamou a plenos pulmões “que nós (mulheres de todas as idades) iremos desfilar nuas em plena luz do dia em sinal de protesto caso as nossas autoridades não mudem algumas vírgulas nalguns artigos do novo código penal”.

A ameaça é muito séria se considerarmos que arrisca-se a violar os Direitos Humanos de pessoas inocentes… incluindo o próprio Bula bula (não que não haja curiosidade em ver a proclamante peladona e seus pares em marcha mais ou menos ruidosa rumo à Assembleia da República)!

E já que falamos do que passou e do que pode acontecer no futuro, vale ir ao báu de recordações e abrir o dossier sobre o Código Penal: foi em pleno “mês da família” de 2013 que os deputados da Assembleia da República aprovaram na generalidade o projecto de lei para a revisão do Código Penal, que mereceu um atento olhar feminista, à busca de  possíveis interesses e desejos super-masculinos ocultos.

Não se venha agora perguntar por onde andavam em Dezembro as deputadas que deixaram aquelas linhas transitarem em primeira instância, para agora serem travadas por marchas lutuosas com direito a ameaças de passarelas nudistas em plena cidade.    

Bula bula, que não professa de todo o masculinismo, também não simpatizou com o famoso artigo 223 (efeitos de casamento), por entender que ainda há espaço para subir ao altar na base de entendimento com sua parceira, não sendo, por isso, necessário uma pré-violação sexual para ter direito ao mel do beijo e um anel.

Valeu e muito a disponibilidade manifestada pela presidente da Assembleia da República – por sinal do sexo feminino – convidando as parceiras a tomarem parte das reuniões públicas das comissões, ainda que por lá abunde o sexo oposto, não se sabendo, por conseguinte, o que isso poderá significar em termos de violações de direitos da mulher e da criança.

Mas segredaram a Bula bula que não há perigo nenhum, porque muito antes da marcha feminista, os artigos polémicos haviam sido retirados em sede da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e de Legalidade, em sinal de reconhecimento das “férias mentais” do pretenso legislador.

E ainda bem que assim foi, porque corria-se o risco de assistir-se a malta feminista a livrar-se dos tecidos e a fazer-se às ruas, violando, por conseguinte, outros direitos, incluindo Humanos defendidos com unhas e dentes pela sempre activa Alice Mabota!!!!!

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