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Perguntar às vezes é tramado!

Por Idnórcio Muchanga

A dúvida, segundo Aristóteles, é o princípio da sabedoria e onde encontramos ideias; por isso mesmo é que perguntar não ofende… e se não ofende, Bula-bula questiona: porque é que continuamos a pagar para obter declarações nos nossos bairros residenciais?

Não é que há dias, precisando de “descascar” um pepino, Bula-bula precisou – bendita burocracia – de uma declaração de residência. Como manda o figurino, o primeiro passo foi visitar o chefe de quarteirão que, com um sorriso a lembrar um lagarto, soltou um arrepiante “são 100 Meticais”.

Mais do que o valor em causa – até porque o “Chapa-100” anda caro – foram os requintes de malvadez que perturbaram. Cem Meticais? Porquê? Pigarreando, o chefe do quarteirão retrucou: “são as regras. Nós praticamente fazemos isto de borla. Não nos pagam, mas fazemos um trabalho social… são 100 e não se fala mais no assunto”.

Vasculhada a carteira, lá saiu um documento que afinal não era o definitivo. Era preciso ir ao secretário do bairro… no distrito municipal; lá chegado, uma senhora anafada e com a respiração a lembrar uma bexiga a perder o ar, fuzilou: “Declaração? Paga 510 Meticais”.

Quase perdendo o equilíbrio, Bula-bula perguntou: “510?”. E a anafada: “Sim… é do imposto autárquico”. Tendo sido descontado directamente no serviço, lá saiu o comprovativo. Com a mesma tranquilidade – entremeada pela respiração sonora – voltou à carga: “assim só pagas 150”. Leia mais…

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