Foi enternecedor ver a imagem de dois extremos embevecidos, aos abraços, afagos e palmadas cúmplices nas costas, ora de um, ora de outro, ora de ambos ao mesmo tempo, ao compasso de ideias políticas partilhadas ruidosamente nos respectivos países.
Nada que tenha surpreendido Bula- -Bula, estes abraços, apertadinhos, sufocadinhos e tão próximos que nem parece haver uma distância de 8 mil quilómetros a separar esta paixão avassaladora que, apesar de ser “à primeira vista”, foi mesmo aquela faísca de dois extremos da mesma extremidade, aquela que desemboca no populismo espalhafatoso, no barulhento “politikal anarchy”.
Estava escrito em algum lugar que o André e o Venâncio tinham nascido um para o outro. Os abraços de que temos estado a falar não enganam, porque até Bula-Bula, que não é homofóbico, em alguns momentos desta intimidade ficou um pouco constrangido com os indisfarçáveis afagos, mimos e fosquinhas sem acanho nem pudor, e de outras múltiplas manifestações de carinho e meiguice.
Quase assomavam as lágrimas aos olhos de Bula-Bula com tanto “cafuné” político!
O resultado deste encontro amoroso, passional mesmo, foi mais um acordo conseguido por Venâncio – irra, que homem pródigo em acordos, este! – com o Chega, segundo o qual concordaram “defender o sentido de pertença de cada cidadão para com a sua pátria” e o “desenvolvimento da identidade de cada povo”.
Bula-Bula confessa que nunca tinha visto um acordo destes, sobretudo rubricado por dois aspirantes a presidentes da república, mas desconfia que se trata de um daqueles pactos codificados, inscritos em linguajar que, decifrado, deve dar alguma coisa como “vamos rebentar com os imigrantes em Portugal” e “vamos incendiar Maputo e todas as cidades”.
Entrementes, quanto ao restante do tempo que o famoso VM levou em Portugal, de somenos importância, não consta nenhuma visita à câmara portuguesa de Loures, onde a edilidade local se encontrava assoberbada a destruir um punhado de barracas de alguns dos seus, acto este por acaso aplaudido vigorosamente pelo amigo André.
Assim se consolidam as alianças políticas, e Bula-Bula não se espanta que, depois de Portugal e do André, se siga o Brasil e o Jair e, sonho dos sonhos, a tournée termina em apoteose na Sala Oval com o Donald… (x)