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Os estardalhaços valem para os nossos “awards”…

Por Jornal domingo

A juntar a uma grande falta de discernimento estético, o jornalismo foi outra vez atacado, vituperado e afrontado na sua essência. De cada vez que isto acontece, Bula-Bula fica assustado, medroso com o rumo que o jornalismo moçambicano está a tomar, mais afoito a populismos, ao espectáculo mediático, mas sobretudo mais vagabundo e preguiçoso.

O jornal “Evidências”, infelizmente, parece ter optado pelo trabalho jornalístico que menos maçada dá, do tipo pegar num relatório do Tribunal Administrativo e estampar, ruidosamente, com escarcéu, os números que, na sua visão enviesada, apressada, sabe-se porquê, lhes soam a escândalo, a desvio de erário público, a roubo e corrupção, sem sequer se preocupar em alongar a investigação que, neste caso, seria uma leitura, mesmo que fugaz, da correspondente legislação ou de uma chamada telefónica a membro autorizado do Executivo.

Mas isso são demasiadas chatices para o jornalismo do “Evidências”, que a todo o custo quer singrar no jornalismo de investigação, mas daquele que não dá trabalho, que não tem chatices, daquele que basta pegar no trecho vadio de um documento e escarrapacharmos na primeira página, a toda a largura, e já nos julgamos iguais ao Bob Woodward e ao Carl Bernstein, os jornalistas que despoletaram o caso “Watergate”.

Ao mesmo tempo, como naquele famoso consórcio dos “Panamá Papers”, uma desbocada televisão vociferava, a plenos pulmões, que os 33 milhões e trocados tinham sido “mamados” pela malta do Governo, o que a Bula-Bula cheirou a esturro, a indisfarçável campanha para garantir audiência televisiva e acúmulo de leitores, tal o perseguido por estas torres gémeas da comunicação social, desmesurada e irresponsavelmente. Leia mais…

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