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O que fazem bandeiras dos EUA na campanha do “galo”?

Por admin

No fervor da campanha eleitoral que entra amanhã na sua última semana, Bula Bula escalou a cidade da Beira. A gíria desportiva chama aquilo de “caldeirão da Beira”, dando a entender que ali sempre ferve alguma coisa, ou se assa algo, outros chamam a urbe de Chiveve, em alusão ao rio que atravessa a urbe.

A Beira eleitoral, que vimos, não era uma cidade muito agitada no fervor da campanha. Porém, havia ali e acolá, sobretudo ao fim de semana, um e outro desfile dos principais partidos políticos. O resto era igual ao movimento doutras cidades do país, pois o que está a dar nesta campanha, é movimentar pequenos grupos que vão de casa em casa, como se diz correntemente, “caçar o voto” ou “pedir o voto”. Há poucas aglomerações em grandes comícios. As concentrações estão reservadas aos candidatos presidenciais, cada um a arrastar a sua própria multidão. O primeiro candidato presidencial a escalar Beira, em campanha eleitoral, foi Filipe Nyusi, que o fez sábado passado, arrastando as suas multidões. Os outros dois são esperados por estes dias. Dhlakama hoje e Simango mais tarde. Os dois dizem jogar em casa, não sabendo neste caso, de quem é a casa, se do pai ou do filho.

Agora, o que causou espanto ao Bula Bulano desfile do “galo” no último fim-de-semana na Beira foi a presença de bandeiras americanas a ombrearem espaço com bandeiras do próprio partido. Bandeiras nacionais? Nenhuma, nicles, nicles. Na multidão, ouvia-se gritos de “Obama!, Obama!, Obama!, Obama!”, como se fosse o grito dos “olé olé olé” no futebol. Ficamos intrigados. A que propósito vinham então estas “vivas” ao homem que comanda o país da mais velha democracia do mundo? Pensávamos até que o próprio tivesse aterrado, no seu jacto presidencial, na Beira, sem nós sabermos, nem nos apercebermos. Apuramos o ouvido para certificamos se era mesmo para ele que eram gritadas aquelas hosanas. E era mesmo.

A pergunta que nos fizemos foi: com carga de água vinham então estes panegíricos embriagados do “galo” e bandeiras texanas desfraldadas?

A má-lingua tratou logo de explicar a situação. O motivo do reboliço pode estar relacionado com o facto de os texanos terem lançado alguma ou muita mexoeira para se bicar na capoeira do galo, daí a algazarra e os louvores galináceos. Apoios são apoios, cada um recebe de quem calha na malha ou de quem anda a malhar encoberto e por dentro. Mesmo tomando isso em consideração, era preciso desfraldar bandeiras estreladas numa comitiva, onde nem sequer se via uma única bandeira nacional? Há cada uma.

E há mesmo cada uma. Veja o facto de os americanos terem emitido recentemente um alerta de viagem para cidadãos seus que viajam para ou vivem em Moçambique. Segundo notícias da ABC News Radio, o Departamento de Estado de Estados Unidos emitiu um alerta de viagem para cidadãos seus que viajam para Moçambique ou que aqui residem.

Este alerta que vai até ao dia 31 de Outubro de 2014 e terá surgido pelo facto de se estar a aproximar o dia das eleições e nas cabeças dos americanos, apesar de não se prever uma violência generalizada, “os períodos eleitorais tipicamente resultam em manifestações localizadas que se podem tornar violentas, no possível o uso da força pelos serviços de segurança para lidar com manifestações ou incidentes de desordem pública e interrupção dos serviços de transporte”.
O alerta acrescenta ainda, que dependendo do resultado das eleições, a agitação e o potencial pode aumentar imediatamente após a eleição. Os cidadãos americanos são aconselhados a ter cuidado e a consultar regularmente o site e os media sociais da embaixada dos EUA em Maputo para actualizações.

Será que os americanos sabem de algum gato (ou macaco) escondido com o rabo de fora?

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