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Motim no ferry boat!

Por admin

Bula Bulavai muitas vezes à Catembe. Vai e volta. Às vezes só vai, não volta. Ali anima muito. Gosta daquele “peixe a vapor” feito por aquele goês simpático mesmo ali junto às águas ternurentas. A malta é boa. Bula Bula, que tem interesses por lá, está a pensar muito seriamente em assentar arraiais por aquelas estepes tranquilas e de boa gente.

Nem vai esperar pela ponte. Aliás, Bula Bula, que já é utente habitual das embarcações que fazem a travessia de e para a Catembe, descobriu que há ali muito por se dizer, muita poesia, várias histórias por contar e, sobretudo, muitas pesquisas sociológicas podem ser feitas, dando mesmo para teses robustas de licenciatura e, quiçá, de mestrado ou doutoramento. Sabe Bula Bula que até um filme sobre o velho ferry boat Bagamoyo esteve a rodar em telas europeias, com um público que, de olhos esbugalhados de tanto espanto, assistia com muito agrado o desenrolar das cenas. Mas isso são letras para outras estampas. Sexta-feira última Bula Bula estava a bordo do Ferry Boat Mpfumu. Às 6.30. Veículos e pessoas se fizeram sobre o bojo do barco. Apinharam-se. O pesado portão fechou. Até às 7.50 o monstruoso ferry ainda não se tinha feito ao mar. O piloto e um diligente Cabo do Mar (uma espécie de polícia marítimo) mantinham-se na cabina do navio impávidos e serenos. O barco não estava sequer avariado. Simplesmente se recusavam a abandonar o cais em direcção a Maputo. Ninguém sabia de nada. Mais de cinquenta pessoas ao sol, outras tantas dentro do salão de passageiros.  Bula Bula, que anda sempre com uma pulga inquiridora por detrás da orelha, desfez-se em “conlicenças” e “dalicenças” ziguezagueando por entre as pessoas e veículos até chegar ao zeloso Cabo do Mar, que foi peremptório: “esta cena não sai antes de todas estas pessoas entrarem no salão de passageiros.” Bula Bula ficou atónito: “mas, amigo onde quer que esta gente toda fique se já está super cheio o dito salão?!” Ficou sem resposta. O bom do homem fincou pé! E o que já se esperava aconteceu: um autêntico Vietname a bordo do barco. Populares invadiram a cabina do piloto e já descrentes da força da razão embarcaram pela razão da força. O resto foi arruaça. Verbal e física. A culpa como sempre morreu solteira, pois o Cabo do Mar garantia que só estava a implementar uma norma, que entretanto todos os outros, incluindo os tripulantes, achavam-na de todo impraticável para o contexto actual de travessia. Milhares de pessoas fazem-se diariamente a bordo dos ferry, que infelizmente já não conseguem responder à demanda. Por outro lado, ninguém está à espera que à hora de ponta se tente impor uma regra com muitos buracos interpretativos e sobretudo de aplicação. Quanta gente não perdeu o seu exame escolar, a sua consulta no hospital, a sua viagem, à sua lida pela sobrevivência do dia-a-dia? Obviamente que Bula Bula não está contra o mérito da regra, mas sim contra o demérito da sua aplicação. A solução? Ora, aí está um bom TPC para a Transmarítima. Bula Bula, que às vezes se desfaz heteronicamente por várias profissões – às vezes é engenheiro, outras vezes professor, pedreiro, cozinheiro e até deputado – tem cá umas ideias e decerto que as quer partilhar com quem de dever e de direito…         

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2 comments

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