Há uns tempos, talvez semanas, uma juíza de toga e respeito a condizer, ligou para Bula-Bula para denunciar um buraco, desses bem graúdos, de profundidade indefinida, que lhe tinha danificado a viatura, também ela, a viatura automóvel, togada e respeitável. Bem vistas as coisas, magistrada e viatura deitaram contas ao tempo que a justiça levaria para accionar uma reparação, por danos e perdas, ao Município do transfigurado presidente Razaque Manhique, de quem Bula-Bula tem uma boa impressão, tal como o sociólogo Elísio Macamo, e optaram por expor o insolente e desrespeitoso buraco na opinião pública. Bula-Bula foi lá, encarniçado e assanhado pelo ajuizado pedido, mobilizou os melhores fotojornalistas do seu elenco, actual e antigo, entre eles os reformados Alfredo Mueche e Domingos Elias, e fotografou o impertinente de todos os ângulos e perspectivas, buraco bem evidente, legível, até para facilitar os cálculos de betão, brita e asfalto necessários para a gigantesca empreitada.
Ainda estava Bula-Bula no prelo e o referido petulante estava a ser descavado, “desburacado” e reduzido a asfalto transitável, bem aplainado e comportado, de fazer inveja à famosa Interstate 90, a famosa auto-estrada que liga Seatle a Boston, nos Estados Unidos.
Agora, voltando ao ferreiro que Bula- -Bula projecta no título. É que de tanto andarmos a resolver os problemas dos outros, incluindo de juízas com poder bastante para processar aqueles que lhes danificam as viaturas, esquecemo-nos do nosso próprio buraco, que o temos, do tamanho do da juíza, mesmo na nossa “apex nasi”, a ponta do nariz, aqui na Rua Joe Slovo, número 55.
Qualquer dia, adentramos por ali e vamos dar ao gabinete do presidente Manhique para uma entrevista sobre buracos, orifícios e similares.
É tal como diz Bula-Bula, em casa de ferreiro…
