Os meritíssimos, aqueles indivíduos de vestes talares e normalmen te de postura severa e circunspecta, celebraram o seu dia em Maputo a clamar pela sua segurança, o que até achamos justo e devidamente fun dado, pois que havendo muito energúmeno por aí com bossa e vocação para molestar os ditos togados.
Bula-bula, cumpridor dedicado de leis e respeitador de toda a judi catura, ficou alarmado quando ouviu o clamor dos juízes, pedindo pro tecção para eles mesmos, vítimas de toda a sorte de barbáries, desde os espancamentos ligeiros aos mais intensos e vigorosos, já para não falar nos sequestros de que também são alvos e preferência dessa casta de in divíduos de má catadura.
Para que se saiba, Bula-bula está solidário com os magistrados e perce bemos dos seus receios. O que não deu para entender, porém, foi aquele desabafo, a folhas tantas da celebração, de um juiz a louvar aos céus por este ano ainda não ter sido expulso um membro do notável conglomera do, mais ou menos do tipo “é obra, meus irmãos, é obra!”. Afinal, não é suposto que seja assim?
