Causou estranheza, apesar da época de campanha eleitoralista, em que para alguns vale tudo, ou os fins justificam os meios, ouvir a partir de Nampula, um candidato a edil ligado ao partido do galináceo e do sol nascente, apelar para que no dia da votação, próxima quarta-feira, os seus simpatizantes acampem junto às mesas de votação, coisa que a lei não permite. Segundo a sua argumentação, é para evitar que a diaba as teças. Coisas de diabruras aviárias.
É que o homem dizia a pleno pulmões que para aquelas bandas a fraude eleitoral já estava cozida e prontinha para ser servida, por isso, segundo ele, há agora por ali constantes cortes de energia, para habituar as gentes da terra a esses cortes, de modo que quando chegasse a hora da contagem de votos, cortassem a luz sem que o facto preocupe viva-alma, pois o hábito faz o monge. Defendia que nesse espectro da escuridão, os mmv´s meteriam a mão na massa, falseando os resultados. Coisas de diabruras aviárias. Esqueceu-se de mencionar duas coisas essenciais: (a) que as mesas de votos dispõem de meios disponibilizados pelo STAE para iluminar os locais em caso de falta de energia, para que se faça o trabalho normalmente; (b) e que dias antes, um gestor da EDM, a eléctrica nacional, tinha vindo explicar a razão dos cortes naquela região.
Bula Bulasoube que, os pronunciamentos do nampulense para se dormir junto às mesas de voto, surgem de instruções passadas pelo próprio galo-mor, de modo a que caso os resultados não lhes sejam favoráveis em algum município, enveredem por violência, que poderá levar à intervenção da Polícia, para depois os porta-vozes do galo entrarem num discurso de vitimização contra o partido no poder.
O galináceo nampulense não é o único que está nestas diabruras. Esta semana, foi relatado o caso do quelimanense, que concorre à sua própria sucessão, que em vez de ficar em casa a cuidar da sua própria capoeira, se meteu em terras gurués e lá foi provocar grandes “makhas”. A Polícia local afirma estar ao seu encalço, pois teria esmurrado um munícipe local.
Em quase todos os municípios são relatados casos de baixaria envolvendo simpatizantes do galináceo, designados por “grupos de choque”. Estes destroem materiais de propaganda dos opositores. São jovens, geralmente desempregados, que encharcados de “tentação”, “boss”, “salvador”, “voo directo” e outras bebidas secas, com alguma “suruma” à mistura, lançam-se na arruaça. Em várias zonas, a Polícia teve que recolher para os calabouços alguns deles. Contaram ao Bula Bula que, agora, até inocentes crianças são usadas para a destruição de material de propaganda dos adversários.