Os deputados da nossa Assembleia da República (AR) continuam a inovar e desta vez parecem unidos, excluindo
todas as maiorias absolutas, para fazer passar uma ordem que lhes permita ficar mais tempo junto dos seus, porque, dizem, tem havido consequências adversas pela estada prolongada em Maputo longe dos lares.
Sucede que quando os nossos representantes do povo fixam-se na capital do país, por aí uns 90 dias, muitas coisas acontecem nas manhãs, tardes e noites, nas suas origens com seus eleitores, mas, sobretudo, com seus familiares, entre dependentes e não dependentes.
Logo, não faz sentido que os legisladores da Lei da Família, logo eles, fiquem fora das famílias por longos períodos, quebrando laços familiares só para cumprir tarefas estaduais longe do lar e até dos habituais vizinhos.
Os senhores não querem, por vias de aparências deslavadas, serem chamados de mineiros ou pedreiros de grandes obras que crescem em Maputo e Matola.
Vai daí que por alturas da revisão do Regimento da Assembleia da República, as três bancadas estejam sintonizadas e em profundo coro para repor a familiaridade perdida com permanências prolongadas em Maputo.
Não admira que, das actuais duas sessões anuais longas, o apelo generalizado seja que a partir de 2013 as sessões passem a ser três curtas por ano, e aí, no final das contas, um deputado conseguirá estar por mais tempo junto dos seus nas origens.
A ideia permitirá um maior contacto com as bases, porque, está dito, não há topo que se aguente sem base, mesmo que a tal base tenha formato aconselhável ao descanso e aparências familiares.
