Bula-bula confessa que respirou de alívio quando soube que o cerco, de dentro para fora e não de fora para dentro tal como conhecemos o de Leninegrado, tinha terminado na sede do ex-maior partido da oposição e no gabinete do ex-candidato mais votado à presidência da República, bloqueio este pretensamente orquestrado por um grupo de ex-guerrilheiros da Renamo.
Primeiro, é preciso explicar que esta é a primeira vez que Bula-bula ouve falar de um cerco com estas características tão peculiares: em vez de os algozes cercarem o modesto edifício da “Ahmed Sekou Touré”, eles próprios se introduziram na sagrada habitação da perdiz, correram com os correligionários ali presentes e, em seguida, aferrolharam-se a setenta e sete cadeados.
Todos sabemos como acabou esta façanha do insurrecto grupo de ex-guerrilheiros que, entrementes, transformou sede e gabinete ilustres numa sucursal da famosa base de Santungira, com paliçadas nos quatro cantos do perímetro, rádios de comunicação em banda codificada e demais vestígios de presença guerrilheira, como estendais improvisados nas grades das varandas, fogueiras no jardim para aquecer a água do banho dos oficiais e preparar a “ração de combate”; enfim, toda aquela coabitação tosca e ajeitada que Bula-bula já tinha visto numa base da Renamo antes da assinatura dos acordos de Roma. Leia mais…