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Barraca em frente da Igreja Santo António da Polana

Por admin

Foi na década de 90 que as barracas começaram a virar moda nos municípios de Maputo e Matola. Na periferia, cada um queria ter a sua, para poder levar os amigos ao copo. Ao fim de semana, choviam convites: “encontramo-nos na minha barraca” ou “vamos à minha barraca”.

Assim, estas cresceram como cogumelos por todo o lado, muitas delas com autorizações municipais. Grande parte destas não tinha sequer um sanitário para as menores, pelo que os clientes se aliviavam ao virar da parede e à vista de todos. O maior cliente da barraca, era o próprio proprietário que se entulhava de vales e dívidas, na sua própria barraca, para pagar rodadas aos amigos.

Com falências a rodos, a moda passou e começaram a ouvir expressões do tipo “barraca dá barraca” e os proprietários da classe média livraram-se daquilo ficando sob gestão das empregadas e/ou concubinas. Mas foi no seu tempo áureo que se expandiram pela cidade de Maputo, onde foram criados aglomerados de barracas com nomes sonantes, que até aqui são irremovíveis. Barracas do Museu, Barracas de Mandela, Barracas do Estrela, por aí em diante. Foi nesse tempo também que começaram a surgir barracas em frente das escolas, que puxavam alunos para a bebedeira e não para os estudos, que surgiram barracas em zonas residenciais, com uma poluição sonora de se lhe tirar o chapéu, e barracas junto às fábricas e empresas.

Agora esta semana, Bula Bulafoi descobrir uma barraca montada no passeio da Igreja Santo António da Polana, na Cidade de Maputo. Como “barraca dá barraca”, o proprietário deu ao seu estabelecimento o nome de Quiosque Natura, bem juntinho à Igreja.

A colocação do dito ali nas barbas da Igreja da Polana está a preocupar os crentes e autoridades eclesiásticas que temem que aquilo se expanda nos próximos tempos e dê um ar barraqueiro ao sítio. Imaginemos que apareçam por ali, a beber um copo, esses jovens “curtidores” que locomovem-se em carros com colunas vomitando som alto até ao infinito. O sossego dos deuses poderá ali acabar.

Depois tem o problema crónico do lixo na cidade. Quanto maior é a concentração de pessoas maior é o lixo. E ninguém liga nenhuma. Segundo apurou Bula Bula, o tal de quiosque abriu em Setembro último, aparentemente com autorizações municipais, volvidas duas semanas, o local já tem mesas e cadeiras montadas junto ao passeio daquele templo, para acomodar melhor os seus clientes.

Há quem pergunte, porquê é que “o referido” foi instalado naquelas bandas, cuja maior frequência é de crentes da Igreja da Polana e dos alunos da Escola Secundária da Polana?

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