TEXTO DE NEYMA DE JESUS
À primeira vista, confunde-se com a Timbila, na realidade pertencem à mesma família. Contudo, existem diferenças entre ambas, a começar pela madeira usada. É a valimba, um instrumento musical formado por placas de madeira alinhadas pelo seu comprimento, com cabaças de ressonância por baixo, de tamanhos que partem do grande ao pequeno, tendo as menores a função de equalização. A ferramenta é percutida com baquetas e manuseada simultaneamente por três pessoas, segundo explica Pai Leão, conceituado músico cá da praça, considerado o mestre da valimba.
Explica que o instrumento é produzido à base de umbila, um processo que resulta de análises minuciosas que levaram a que esta madeira fosse aprovada “como a melhor tecla para a valimba pois tem um som melhor e equaliza-se bem”, aclara.
É sem dúvida uma ferramenta singular, pois diferentemente de outras matérias-primas, o som emitido pela madeira da umbila não regista oscilações consoante a estação do ano ou temperatura ambiente, acrescenta Pai Leão.
Este artefacto chegou a Moçambique com imigrantes oriundos de regiões próximas ao deserto de Kalahari, no séc. XX, precisamente no ano de 1917. Foi na altura da guerra dos Makombes. O mestre Leão conta ainda que foi o povo masena que se interessou e dedicou-se a conceber uma maneira peculiar de harpear o instrumento musical. Devido à adaptação única da peça por esse povo aqui no país, Sofala é a província considerada “mãe” da valimba. Leia mais…