UNGULANI Ba Ka Khosa ou oficialmente, Francisco Esaú Cossa, lançou no dia 01 de Agosto, o seu mais recente livro: Entre as memórias silenciadas. Saído pela chancela da Alcance Editores, o
livro que é o sexto é um brinde que o autor faz com seus leitores.
O facto é que no dia do lançamento do livro, Ungulani assinalava 56 anos de vida. O local onde decorreu a cerimónia, Museu da História Natural, também está em festa, por assinalar neste ano, cem anos de existência. Portanto, estavam os convidados a contemplar a satisfação sem igual do escritor Ungulani (que é parte da história da Literatura do país), por entre o verde do pátio do Museu que faz história contemplando as diversidades da natureza.
À cerimónia concorreram familiares, amigos, políticos, homens da pena e da cultura, entre curiosos que compraram o livro composto por 226 páginas, do género prosa e cuja capa foi concebida por Sérgio Tique.
Emocionado pela plateia na qual estava a sua filha Misete que residente em Tete, fez surpresa ao pai, Ungulani disse: “Estou feliz e emocionado por ver esta gente toda. Faz-me lembrar muitas coisas do passado. Quanto ao livro devo dizer que é fruto de um incontornável impulso. Em 2002, tive uma primeira tentativa, inteiramente fracassada, de abordagem ao tema. E de lá para cá, os personagens foram perseguindo o escritor, exigindo uma nova tentativa de escrita. As memórias serão o avivar de páginas recentes e tristes da nossa história, mas para outros, uma simples efabulação”.
Retratando histórias várias do percurso da vida, Ungulani aborda também a questão dos campos de reeducação. “Mais do que retratar as pequenas e grandes misérias da primeira República, o livro, no meu entender, revela os desencontros de uma geração que já não se exalta com os feitos de uma revolução que não consegue renovar o seu discurso. Uma pátria é feita de identidades, de discursos múltiplos. Os meus personagens procuram um chão sólido. Falo de homens que não estão contentes com seus destinos. Quase todos, ricos ou pobres, geniais ou medíocres, célebres ou obscuros, gostariam de ter uma vida diferente da que vivem”, salientou Ungulani.
A Moçambique Celular patrocinou o livro. Falando para a plateia, o administrador Comercial da – mcel , Cláudio Chiche, disse: “Ao apoiarmos esta obra literária e muitas outras, esperamos dar o nosso contributo para o cultivo mais amplo de hábitos de leitura”, disse Cláudio Chiche, prometendo que a empresa poderá patrocinar, também, o próximo livro de Ungunali Ba Ka Khosa.
QUEM É UNGULANI BA KA KHOSA?
Ungulani Ba Ka Khosa, nome tsonga (grupo étnico do Sul de Moçambique), , nasceu a 1 de Agosto de 1957, em Inhaminga, província de Sofala. Professor de carreira, exerce actualmente as funções de director no Instituto Nacional do Livro e Disco e de Secretário Geral da Associação dos Escritores Moçambicanos. Foi director-adjunto do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual. Durante a década noventa foi cronista de vários jornais nacionais, participando activamente em debates. Foi co-fundador da revista literária Charrua. Prémio Gazeta de Ficção Narrativa, em 1988; Prémio Nacional de Literatura, em 1991; Homenagem a Comunidade de Países de Língua Portuguesa –CPLP; prémio José Craveirinha, em 2007; e através da obra Ualalapi consta da lista dos cem escritores africanos do século XX. É autor dos livros orgia dos loucos – 1990; Histórias de amor e espanto – 1993; Os sobreviventes da noite – 2005; Choriro – 2009; O rei Mocho, História infanto-juvenil – 2012.
Frederico Jamisse