Nasceu em Maputo, mas passou uma parte da sua infância em Magude. Rui Jaime Mujovo é um jovem de 24 anos de idade que se apaixonou pela Literatura e decidiu lutar para ver realizado o
seu sonho de ser escritor. Por conta disso, está desde 2012 a escrever poemas que pretende editá-los em livro a intitular-se “Missivas de minhas viagens”. São 25 poemas que retratam sua vivência desde criança até os dias que correm.
Mujovo começou muito cedo a interessar-se pelas artes, sobretudo pela poesia. Tudo iniciou quando, pela primeira vez, em 1998 declamou poesia durante um evento de celebração de uma data importante no país, organizado na Escola Primária de Simba, no distrito de Magude, província de Maputo, onde estudava.
“Minha paixão pela poesia surge quando comecei a declamar na Escola Primária de Simba, nessa altura fazia a 4ª classe. Eu e meus colegas sempre declamávamos poemas nas datas especiais do país e foi assim que descobri que gostava muito de poesia, então decidi que quando crescesse tinha de escrever um livro”, disse Rui Mujovo.
De pouca fala, Rui é um jovem que apesar das dificuldades tem estado a lutar para ver concretizado seu sonho. Escrever os poemas foi a realização de uma etapa, mas falta ainda a última “ver publicado seu livro” algo que não tem sido fácil. Tenho os poemas já há um ano, porém, por falta de apoio ainda não consegui publicá-lo. Por isso, considero que meu sonho ainda não está concluído. Gostaria de partilhar minhas vivências com outras pessoas, então, peço a quem puder para ajudar-me a publicá-lo.
Para além de fazer poesia, Mujovo escreve contos e crónicas. Para ele, os poemas são estórias que fazem parte de si. “É uma espécie de cartas escritas no quotidiano e que são dedicadas em especial a todos os apreciadores da Literatura, particularmente da poesia.”
Mujovo disse que a sua fonte de inspiração são as crianças e o ambiente que vive no dia-a-dia. E a melhor hora para escrever é a noite, pois é dos poucos momentos em que tem alguma tranquilidade e inspiração.
“Por vezes estou a caminhar e surge uma ideia, tenho de parar tudo e levar uma caneta e transpor para papel o que ocorre na mente naquele exacto momento.”
Rui nasceu algures no Bairro Maxaquene e conta que a sua mudança deveu-se a guerra civil, quando seus pais viram-se obrigados a sair da cidade. “Vivi muito tempo em Magude, mas passado alguns anos vim para Maputo, pois a escola em Magude ficava distante da minha casa e eu não tinha familiares na vila do distrito, onde pudesse me hospedar para minimizar a distância. Como se não bastasse, havia concluído a 5ª classe, tinha que continuar com os estudos”.
Formado em sistemas electrónicos industriais, pelo Instituto Industrial de Maputo, Mujovo, trabalha nos Caminhos de Ferro de Moçambique como Maquinista. Entretanto, para além de escrever poesia, também pinta.
Em suas obras usa madeira sintética e faz colagem usando areia, tinta, entre outros materiais. Já fez parte do Núcleo de Arte, mas devido a falta de tempo teve de retirar seus trabalhos, por que já não conseguia lá estar devido ao seu trabalho.
