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“Só se vive uma vez” Um convite ao respeito pela vida

Por admin

É amante da poesia mas é através da música Hip-Hop que dá voz aos seus sentimentos e pensamentos. Nos últimos tempos tem estado a vincar-se nas paradas musicais e suas letras são um verdadeiro convite à reflexão e mudança de atitude. Seu nome oficial é Sumaila Afito Saíde mas é conhecido como Rage na arena artística.

Nascido em Maputo, Rage
teve a poesia como sua
primeira paixão. O então
menino fascinava-se
pela forma metonímica
e metafórica que os poetas abordam
o quotidiano e, devido à sua
curiosidade, iniciou uma batalha
de interpretação de textos.
Ainda no ensino primário, começou
a escrever e a declamar
poemas. Em 1999, aos 14 anos de
idade, passou também a ensaiar
as suas primeiras composições e
logo depois as apresentações.
Inicialmente, o nosso interlocutor
participava em vários
concursos musicais dos bairros
e fazia pequenas apresentações.
“Muitas vezes mentia para a
minha família. Dizia que ia visitar
meus primos quando na
verdade ia participar num espectáculo
ou em concursos.
Era a única forma que tinha de
sair de casa”, disse.
Mais adiante, avançou que a
sua influência vem de músicos
portugueses e brasileiros, pois
foi deles que ouvi o rap pela primeira vez. Só mais tarde conheci
rappers americanos. Já
para a composição de suas letras
busca inspiração nos assuntos do
dia-a-dia.
O mais novo de entre três irmãos,
Rage frequentou o ensino
primário na Escola Primária Eduardo
Mondlane e o ensino secundário
concluiu na Escola Secundária
Francisco Manyanga.
ÁLBUM
Recentemente, o artista concretizou
um sonho: gravar o seu
primeiro álbum. O disco já está
disponível nas lojas Bazart e Blackline
Music Store.
Intitulado Só Se Vive Uma
Vez, o disco contém 16 faixas musicais
do género Hip-Hop, misturado
com ritmos como Soul, Jazz,
R&B e Reggae. Segundo Rage, o
título do disco é um convite para
que as pessoas pensem no dom da
vida e na necessidade de respeita-
-la e valoriza-la.
Na sua opinião, nos últimos
tempos tem-se assistido a uma
avançada degradação dos valores
morais. As pessoas já não se
ajudam umas às outras. Há predominância
de comportamentos
negativos, tais como egoísmo
e falta de humildade. Isso
está a destruir-nos, defende.
No disco o artista traz uma série
de reflexões e histórias pessoais
bem como imaginárias. São, na
verdade, temas como a honestidade,
determinação e mudança, que
convidam as pessoas a fazerem a
diferença no seu meio social.
Só Se Vive Uma Vez, título da
primeira música, chama atenção
para a necessidade de o ser humano
respeitar todas coisas que a
vida oferece, mesmo que aparentemente
pareçam pequenas.
O segundo tema, Indomável,
convida a sermos mais determinados
e fortes para lidar com todos
problemas do dia-a-dia. Enquanto
isso, Preciso de Milagre, sexta
música, retrata situações de dificuldades
como pobreza e desemprego.
Alguns dos males que as
pessoas enfrentam na vida. Nesta
música o artista faz perceber que
todos, ao fim do dia, devem dobrar
os joelhos para pedir bênção
a Deus.
Por sua vez, Meu Herói, décimo
quinto tema, exalta os heróis
do dia-a-dia. Aqueles que estão
longe dos holofotes mas têm sido
bondosos e sempre prontos a ajudar
aos próximos.
Já a última música, intitulada
Fazer História, recorda que há
necessidade de marcar o mundo
através de boas práticas como
ajudar a quem precisa e amar o
próximo.
Refira-se que, apesar de o
disco já estar à venda, ainda não
foi lançado oficialmente. O artista
avançou que irá proceder a
divulgação do mesmo a partir do
mês de Agosto próximo para garantir
que durante o espectáculo
de lançamento tenha interacção
com o público. Até à realização
do concerto as pessoas estarão
mais familiarizadas com as
músicas.
PRODUÇÃO ÁRDUA
A produção do disco levou quatro
anos. De acordo com Rage, o
processo não foi fácil pois teve de
usar meios próprios. “O processo
de produção do disco foi árduo.
Não obtive patrocínio, mas
mesmo assim não podia desistir
e como os meus amigos me
estenderam a mão, insisti”, salientou.
O álbum contou com a participação
de alguns artistas de
renome na arena musical moçambicana,
tais como Azagaia, Dama
do Bling, Iveth Mafundza, Isabel
Novela, Humberto Luís, Hersha
Loyla, entre outros.

Texto de Lurdes Cossa
mariadelurdescossa @snoticicas.co.mz

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