Artes & Letras

Sinopse pelo meio ambiente e caça furtiva

Sinopse é o título da mostra patente na Mediateca do Banco Comercial e de Investimentos (BCI), em Maputo. A mesma  versa sobre a necessidade da prevenção do meio ambiente e da caça furtiva ao rinoceronte.

Da  autoria do artista moçambicano Raúl Ganda Cossa, artisticamente conhecido por Magandane,  a mostra contempla 26 obras das quais duas são de instalações, três desenhos, duas esculturas e as restantes são de pinturas na perspectiva surreal.

Segundo Magandane, a exposição, a ser vista até ao próximo dia 16 do mês em curso, tem como obras principais as duas esculturas de rinoceronte e braquiossauros (um género de dinossauros saurópode que viveu durante o fim do período jurássico) pois trazem em breve trecho a imagem daquilo que acontece no meio ambiente. Abordam duas perspectivas: ambientalista e de luta contra a caça furtiva que causa a extinção dos animais.

“O braquiossauro já extinguiu há mais de 10 mil anos. O rino é uma espécie que ainda vive connosco, mas está também a correr o mesmo risco e diferente do braquiossauro o seu possível desaparecimento será por razões criadas pelo homem”, disse Magandane.

Para preparar as esculturas, Magandane  revelou que não enfrentou dificuldades. Apenas  teve de pesquisar em todos meios possíveis materiais relacionados com borracha, uso de cobertura das mesmas. “Na verdade investí mais tempo na pesquisa sobre como trabalhar com o material do que com a prática. Levei  mais de um ano para saber como poderia conceber este trabalho, mas para projectar precisei apenas de seis meses e fiz as duas obras”, explica o artista.

Magandane  afirma ainda que as esculturas de rinoceronte e braquiossauros são as únicas peças que já concebeu até então e foram especificamente para o propósito ambiental.

Para a sua materialização, usou material completo dos pneus, varões, cola de contacto, agrafos, arrame, uma pasta colante. “ Também foi necessário máquina de soldar  para fazer o esqueleto das esculturas em bases metálicas, antes de usar os pneus por cima, entre outras coisas”.

Magandane disse igualmente que com a exposição sente-se alegre e que apenas gostaria que mais pessoas fossem a Mediateca vê-la “no sentido de terem uma visão prática, sensibilizarem-se e deixarem essas práticas contra os animais”.

DOIS ANOS DE CRIAÇÃO

No que concerne aos quadros. o autor levou cerca de dois anos para prepará-los. As  obras de desenho são antigas, do final dos anos 90. Enquanto as outras obras expostas é só para mostrar outras modalidades que o artista faz, como a Instalação.

Magandane nasceu a 7 de Janeiro de 1981 em Maputo e sempre esteve ladeado de grandes artistas de renome a nível nacional e internacional como Ídasse Tembe, Micas Nungo, escritor Marcelo Panguane, residiam todos no bairro 25 de Junho.

Nunca frequentou uma escola de artes. Em  1999 deu os primeiros passos de desenho e pintura com o seu Mestre Romão. É formado em Ensino de Língua Portuguesa, e em Engenharia Electrónica e Telecomunicações.

Na sua actividade artística conta com mais de 30 exposições colectivas, destacando-se: Descobertas (Casa de Cultura), Alusiva ao Aniversario do Banco de Moçambique (Centro Cultural Brasil Moçambique), CCBM, Apoio aos Meninos de Rua (Núcleo de Arte), entre outras.

Fotos de Jerónimo Muianga

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