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Romane Guambe lança disco sobre música ligeira

Por admin

Romane Guambe, músico e médico tradicional de Inharrime, província de Inhambane, lançou recentemente o seu primeiro disco. Intitulado Utabula na mani zunguza vafana (o mesmo que “com quem vais conversar Zunguza), o disco comporta oito faixas musicais.

Vali Romane tingodo; Timhaka ta vamamane; Laurindana; Xirilo; Oyala  kuhlayisa a vinge; Ukukula; Mariana; Nihuma Nyarime; são os títulos das músicas do disco saído sob chancela da Kaleidoscopio.

 Suas letras retratam a vida quotidiana dos moçambicanos. Fala da relação entre as noras e sogras; problemática do HIV/SIDA, do comportamento mau de algumas raparigas; da maneira de vestir inadequada para certos lugares; e canta Inharrime, sua terra natal.

Romane Guambe não é necessariamente um músico dedicado à área. Canta música ligeira moçambicana com uma mistura de Marrabenta e outros ritmos.

Com Bernardo Domingos, guitarrista; Sima – bateria,; e Nunes Muchonga- percursão; o disco tem as vozes das coristas Delfina Cossa, Cecília Nhantumbo, Laura Machava, Isabel Munguambe, Zeituna Romane Guambe.   A direcção musical está a cargo de Rufus Maculuve.

“O meu sonho foi finalmente realizado”, diz o cantor e guitarrista Romane Guambe, que é também popular como médico tradicional.

 Romane diz que as canções que constam do disco são inspiradas na realidade da sua terra e não só. “Vivo reflectindo sobre o comportamento de algumas pessoas. Espero que as minhas canções ajudem a melhorar a conduta dos invejosos, promíscuos e ladrões”.

 Euclides Gonçalves, Director-Executivo da Kaleidoscopio, diz que o disco de Romane marca o arranque da participação da sua empresa nas artes: “Escolhemos este artista pela sua trajectória. Embora tenha iniciado a carreira em 1963 e animado centenas de eventos, Romane nunca teve a oportunidade de gravar. Este registo é também uma merecida homenagem”.

Por outro lado, diz Gonçalves, que é antropólogo, o disco de Romane corresponde ao tipo de produção que a Kaleidoscopio quer abraçar. “Queremos investir em talentos que não encontram espaço no chamado mercado mainstream das artes e contribuir para a partilha, estudo e arquivo das suas obras (…) toda a nossa produção será baseada na pesquisa e inovação”, diz.

 QUEM É ROMANE GUAMBE?

Nascido a 11 de Outubro de 1945, na região de Guambeni, distrito de Inharrime, província de Inhambane, Romane fez a iniciação musical, na década de 1960, em Lourenço Marques (actual Maputo), onde trabalhava como empregado doméstico.

 Tocando uma guitarra feita de uma lata de azeite e cordas de nylon, fundou, em 1963, o Conjunto Musical Romane  Guambe & Utabula na mani zunguza vafana”, que, em pouco tempo, conquistou o público e escalou sucessivamente  Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Zambézia, Tete, Cabo Delgado e Niassa.

 Na década de 1970, Romane interrompeu a ligação com o grupo para fazer o curso de medicina tradicional. Outra paragem foi registada no período da guerra civil em Moçambique. Romane actua regularmente no distrito de Inharrime. Os seus espectáculos misturam o canto, dança e ilusionismo.

Autodidacta, Romane diz que o dom da música vem dos antepassados. “O resto aprendi sozinho”.

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