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Rita Couto leva “Gula”ao palco do Scala

Por Idnórcio Muchanga

TEXTO DE PRETILÉRIO MATSINHE

PRETILEIRO.MATSINHO@SNOTICICAS.CO.MZ

Em 2019, Rita Couto olhou para a sociedade, não gostou do que viu e pensou que podia fazer alguma coisa para ajudar o mundo a se salvar de algumas doenças que carrega. Sentou-se diante do computador e o que lhe saiu da alma para a ponta dos dedos foi “Gula”, uma peça teatral trágico-cómica que vai ao palco no dia 24 de Novembro do ano em curso, a partir das 19h00, no Cine-Teatro Scala, cidade de Maputo. O espectáculo poderá ser visto também nos dias 25 e 25 à mesma hora, e no dia 17, às 17h00, no mesmo local.

A tragicomédia decorre no ambiente de um escritório, onde um empresário vê-se no risco de todo o seu império desmoronar com a chegada imprevisível de indesejáveis visitantes. O seu conselheiro sugere soluções, na esperança de uma promoção. No palco, o cenário de um escritório é criado. Mesa de reuniões, cadeiras, um armário e um trono moldado com as mãos inconfundíveis do artista plástico Gonçalo Mabunda, tudo preparado para dar vida a esta peça que é, no fundo, um teatro do absurdo.

“Gula” é uma performance que retrata o abuso de poder. Em palco, vislumbra- -se a força de um Homem, o dono da empresa, que tudo faz para evitar que o seu império desmorone. No meio a isso, recorre a várias estratégias (sem descartar as forças ocultas). Ao mesmo tempo, é visível a preocupação de um dos seus funcionários que, ávido por uma promoção para um cargo, oferece um pouco de tudo e pouco mais para ajudar o seu “boss” a encontrar soluções para resolver a crise.

A empregada também não fica de fora, luta por um espaço na mesa dos que poderão ser agraciados e recompensados pelos bons serviços e esgalha-se de forma prestativa. Por isso mesmo que “Gula” é também uma chamada de atenção à forma como, devido à sua fragilidade, a mulher acaba sofrendo assédio.

Neste sentido, é um grito de socorro sobre a gestão abusiva das empresas, os maus salários, a corrupção, os maus tratos, entre outros.

Rita Couto diz que quando escreveu o texto contava com um determinado elenco.

“Fernando Macamo, a primeira pessoa que mostrei o texto. Naturalmente que o texto foi crescendo com a contribuição de todos”, esclarece Rita, momentos após o fim de mais um ensaio.

Sobre as diversas temáticas abordadas, a encenadora diz que quer levar o público a reflectir sobre os males que afectam a sociedade.

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