TEXTO DE NEYMA DE JESUS
Debaixo de uma árvore frondosa, vozes infantis misturam-se e divertem-se. Saltam à corda, jogam dama, encenam pequenas peças e dançam com alegria.
À primeira vista, parece apenas uma tarde animada em qualquer comunidade da província de Maputo. Mas por detrás desse movimento está um projecto com ambições profundas: Educação Artístico Comunitária, da Associação para a Monitoria do Sistema de Educação e Ciência (AMEC).
O projecto nasce da vontade de recuperar, através das artes, o tecido social e cultural que lentamente se desfaz em muitas comunidades moçambicanas. Com foco no pré-escolar e ensino básico, a iniciativa aposta na integração entre escola, comunidade e sector empresarial e une forças para uma educação mais inclusiva, criativa e enraizada nos valores locais.
“Percebemos que a educação comunitária foi perdendo peso. Cada um vive por si. Precisamos de resgatar o segredo social que antes unia famílias e vizinhos”, afirma Olívio Muendane, coordenador do projecto.
A Educação Artístico Comunitária baseia-se na colaboração entre três sectores- -chave: escolas, comunidades e empresas, explica. Esta tríade surge após as manifestações que resultaram em vandalismo, perdas económicas e instabilidade social. “Tornou- -se evidente a necessidade de um diálogo mais estreito entre Leia mais…