Sérgio Muiambo é um músico moçambicano cujo estilo musical é Afro-Beat. Iniciou-se no mundo artístico como bailarino da dança tradicional Ngalanga.
Mas foi na música onde sentiu-se melhor e veio à ribalta. Actualmente, tem alguns temas gravados sendo “N’sikaty Wamina” (minha mulher) e “Muringanee” dos mais badalados.
Nascido em 1976, na localidade de Zandamela, distrito de Zavala, província de Inhambane, Sérgio é vocalista da banda “Ntwananu” constituída por cinco elementos e por si criada, em 2007.
Toca guitarra e tem a particularidade de ser um dos poucos, à semelhança do músico sul-africano Jonathan Butler, que faz isso usando a sua mão esquerda.Aprendeu a dedilhar aquele instrumento musical ainda criança. Inicialmente usava uma guitarra artesanal, feita a partir de uma lata de azeite.
Anos mais tarde, quando veio viver para Maputo, conseguiu adquirir a sua primeira guitarra acústica. “Participei no programa “Caminho das Estrelas”, do falecido apresentador Victor José, e fui o vencedor”, afirma Muiambo.
Em suas composições, que na maioria são feitas em língua Chope, retrata assuntos que constituem o dia-a-dia do mundo e dos moçambicanos, em particular. Trata-se de amor, tristeza, paz, entre outros.
Makhara, Timbila e Txoposão os ritmos que podem ser encontrados nas suas músicas.
Sérgio conta que quando a sua paixão pelo mundo artístico começou a fluir teve problemas de vária ordem em casa. Tudo porque a sua mãe não aprovava o caminho que queria trilhar. “Quando apareci com a guitarra de lata foi um choque para minha mãe. Não queria isto para mim, por conta disso tive de fugir de casa, nas noites, por diversas vezes para dançar Ngalanga”.
VÍTIMA DE BURLA
Pela qualidade de suas músicas, os seus fãs já clamam por um disco. O jovem conta que este é o seu maior objectivo nos últimos tempos, apenas faltam-lhe condições de sustentar tal iniciativa.
“Já bati portas de algumas instituições mas nenhuma delas SE abriu. Até tenho músicas gravadas mas não são suficientes para um álbum”.
Sérgio conta que em 2008 deu as caras na televisão numa publicidade de uma das redes de telefonia móvel. Teve uma oportunidade de ganhar um valor que ajudaria a gravar o seu disco e ainda divulgá-lo. “Não pude produzir o disco porque fui burlado por um publicitário chamado Rui Martins”.
Conta que tudo “começou quando Rui Martins mostrou-se disposto a ajudar-me a produzir o meu disco, mas por alguma razão isso não aconteceu”. Posteriormente ajudou-me a juntar-me a uma agência publicitária, para qual fiz um trabalho que consistia em divulgar o meu nome.
No entanto, o mal aconteceu quando Sérgio realizou a sua segunda publicidade cujo contrato garantia que ele receberia 300 mil meticais, os quais não chegou a receber. “Ele levou todo dinheiro e não me deu nada e até hoje nada disse. Fiquei chocado quando fui para receber o dinheiro e depois fiquei a saber que ele já tinha levado o valor”.
Sérgio contou que a primeira publicidade foi parceria que consistia na divulgação da sua imagem, e pagar um valor simbólico. “Mas o segundo trabalho é que me daria o dinheiro para produzir o álbum. E eram 300 mil que tinha de receber. Ele nunca mais disse nada, não se fez presente para me dar o valor”.
PLANOS
Apesar dos problemas que teve, Sérgio não perdeu a esperança de um dia poder lançar um disco e tem estado a trabalhar usando meios próprios e ajuda de alguns singulares.
“Já meti as cartas em algumas instituições com vista a angariar fundos mas até hoje nada disseram. FUNDAC é uma delas. Entretanto, não perdi a esperança e tenho lutado para um dia produzir um disco para os meus fãs”.
No que concerne à agenda de concertos, Muiambo conta que tem actuado com frequência em festas de particulares tais como casamento, baptismos, aniversários.
O artista que no presente ano participou no festival Azgo, também tem actuado com uma certa regularidade em casas de pasto.
Sérgio Muiambo é filho mais novo e vem de uma família de cinco irmãos. Sua infância teve alguns momentos de turbulência quando os seus pais se separaram. Em tempos livres gosta de cozinhar e de conhecer novos lugares.
Tem como grandes ídolos Salif Keita, Bob Marley, entre outros. Mas confessa que a música nacional também exerce uma grande influência no seu estilo.