A Biblioteca João Guimarães Rosa, do Centro Cultural Brasil-Moçambique (CCBM), será reaberta ao público na terça-feira, dia 29 de Março, às 18 horas, após três meses de reabilitação.
Para comemorar a reabertura, será realizada a mesa-redonda “Moçambique e Brasil: encontros literários”, com os escritores Paulina Chiziane e Calane da Silva, antigo Director do CCBM.
Desde sua inauguração, em 1989, a biblioteca do CCBM é um importante ponto de difusão da literatura e da cultura moçambicana e brasileira. Com acervo de cerca de 10.000 obras, a biblioteca do CCBM conta, também, com uma videoteca e uma biblioteca infanto-juvenil.
O espaço da biblioteca foi remodelado e passa a contar com um novo sistema de iluminação, melhor acústica e acesso à internet gratuito, além de uma equipe qualificada e preparada para atender ao público e pesquisadores.
A videoteca dispõe de mais de 500 títulos, entre filmes, documentários, animações e material educativo.
A biblioteca infanto-juvenil, inaugurada em 2015, ampliou suas instalações. Seu acervo é de mais de 800 livros e inclui os principais títulos moçambicanos e uma sólida coleção de livros infantis brasileiros, inclusive obras que retratam histórias afro-brasileiras.
Com a renovação, a biblioteca pretende continuar a fazer parte da história cultural moçambicana. A partir de um curso de literatura realizado em suas instalações surgiu o Kuphaluxa, célebre movimento literário em Moçambique.
A Biblioteca João Guimarães Rosa irá funcionar de segunda-feira a sexta-feira, das 10h00 às 17h00, com entrada gratuita.
Refira-se que, haverá, ainda no âmbito da inauguração da biblioteca, o lançamento, no dia 5 de abril, às 18 horas, do livro infantil Ndinema Vai à Escola, da escritora moçambicana Fátima Langa.
Quem foi João Guimarães Rosa?
João Guimarães Rosa (1908-1967) é reconhecido como um dos mais importantes escritores brasileiros da história. Foi, ainda, médico e diplomata de carreira.
Os contos e romances escritos por Guimarães Rosa, entre os quais se destaca a obra Grande Sertão: Veredas, são ambientados quase sempre no sertão (interior) brasileiro. A sua obra destaca-se pelas inovações de linguagem e pela influência de falas populares e regionais que, somadas à erudição do autor, permitiram a criação de inúmeras expressões e palavras. Seu conhecimento de vários idiomas contribuiu para grande renovação da língua portuguesa.
Eleito por unanimidade para a Academia Brasileira de Letras, Guimarães Rosa exerce grande influência entre escritores brasileiros e moçambicanos, como Paulina Chiziane e Mia Couto.