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Música purifica minha alma

Por admin

É um artista de mão cheia. Baterista, músico, compositor e produtor. A paixão pelo mundo da música invadiu-o quando tinha ainda 4 anos de idade, altura em que também aprendeu a tocar o primeiro instrumento musical (a bateria), influenciado por dois tios seus. 

Estamos a falar de Stélio Mondlane, 25 anos de idade, o qual considera a música como algo que “purifica a alma e proporciona paz de espírito”.

Aos 8 anos de idade ingressou na escola Nacional de Música, onde aprendeu diversas técnicas musicais, desde como fazer a contagem da pauta, tocar piano, entre outros. Teve aulas de canto coral, que eram de carácter obrigatório. A paixão pela música é que me impulsionou a entrar no mundo artístico. Música é algo que está em mim, por isso adoro ter contacto permanente com ela, disse Stélio.

O nosso entrevistado conta que, de certo modo, sofreuuma grande influência dos tiosFilipe Mondlane e Marciano Mondlane,que tocam bateria e saxofone respectivamente. Alias, eles é que lhe matricularam na Escola de Música.

Stélio sempre mostrou-se aficionado pela música o que chegou a criar-lhe alguns problemas de relacionamento com a mãe. Segundo conta, aquele não era o caminho no qual a sua progenitora almejava vê-lo seguir.

Não foi fácil convence-la. Queria muito tornar-me num artista e ela não queria admitir isso. Lutei tanto para poder persuadi-la a aceitar a minha escolha, referiu Stélio Mondlane cuja infância foi igual a de qualquer outra criança, por ter sido marcada por brincadeiras típicas como jogar a bola, dança, etc.

SONHEI EM ACTUAR EM GRANDES PALCOS

No decurso da conversa, ficamos a saber que o facto de Stélio ter sonhado com grandes palcos e tournées, onde pudesse estar com artistas de grande gabarito, fizeram com que ganhasse mais vontade de lutar para um dia tornar-se num músico reconhecido.

Eu sempre tive a certeza do que queria e batalhei para chegar onde estou. Mesmo assim tenho a plena consciência de que falta muito ainda a percorrer para conseguir alcançar o meu sonho, afirmou.

Questionado sobre qual era o seu estilo musical predileto, o baterista referiu não ser do tipo de pessoa que se cinge apenas a um género musical. Confessa que gosta de tudo que é música, e por conta disso, escuta diferentes estilos desde Gospel, R&B, Jazz, Hip-hop, Pandza, de entre outros. A fusão destes ritmos tem se reflectido nos seus trabalhos discográficos.

Por outro lado, o nosso interlocutor diz não ter um ídolo, uma vez que escuta e inspira-se em vários músicos que apresentem trabalhos de qualidade, desde os nacionais bem como internacionais.

Num outro momento, o multifacetado artista recorda-se com alguma alegria da experiência que teve, a dada altura, quando parou momentaneamente de tocar bateria e resolveu aprender a dedilhar com uma guitarra acústica, depois de ter aprendido a executar instrumentos tais como o piano e o saxofone.Confesso que em nenhum deles sou mais flexível do que com a bateria. Por isso, no final optei por tocar somente ela, pois notei que é o instrumento mais indicado para mim.   

EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Em 2006, Stélio Mondlane foi viver para África do Sul de onde regressou 6 anos depois. O período em que lá viveu considera ter sido muito importante para a sua carreira pois permitiu adquirir mais experiência, o que contribuiu positivamente na melhoria da sua performance.

Trabalhei com pessoas muito profissionais, como Judith Sephuma, Hip-Hop Pandzula e tantos outros. Isso ajudou-me bastante, a medida em que adquiri mais experiência como baterista bem como músico. Por esse facto continuo a manter contacto com aqueles artistas e não só, salientou.

NI LANGUE WENE

Recentemente recebeu um prémio orçado em 145 mil meticais no âmbito da realização da 26ª edição do programa Ngoma Moçambique, promovido pela Rádio Moçambique, pela cançãoni langue wena ter sido eleita a melhor do ano.

A propósito o artista destacou que ser um dos vencedores do Ngoma, e na categoria de melhor canção, é motivo de muito orgulho, mas também é sinónimo de muita responsabilidade.

Indagado sobre já ter um álbum discográfico no mercado Stélio revelou que está a trabalhar nesse sentido, mas não irá leva-lo a praça tão cedo, uma vez que ainda não concluir algumas músicas. Entretanto garante: em Junho vou lançar o meu DVD que ficou pronto antes do álbum, pois fora gravado ano transacto no Centro Cultural Franco-Moçambicano.

O baterista preferiu não falar da designação do mesmo, mas avançou que será um CD e DVD, cuja temática gira a volta do amor, solidão, felicidade, etc.

Num outro momento, Stélio revelou a nossa de Reportagem que a sua agenda de shows é satisfatória. Tem estado a actuar todos finais de semana, em diferentes casas de pasto e estâncias turísticas. Muitas vezes acompanhando artistas como Stewart Sukuma, Isabel Novella, Tansel, Gabriela, entre outros.

Já realizou igualmente vários concertos em países estrangeiros, como Costa do Marfim, Áustria, Eslovénia, Suécia, Brasil, Etiópia, entre outros mas quase sempre acompanhando outros artistas.

MÚSICA EM DESENVOLVIMENTO

Convidado a tecer algumas considerações relativamente ao estágio actual da música moçambicana Stélio Mondlane afirmou que a mesma está a desenvolver na medida em que não param de aparecer bons músicos e, de certa forma, já se está a primar por alguma qualidade.

No entanto ele referiu-se sobre a necessidade dos músicos começarem a andar todos de mãos juntas para que haja desenvolvimento nesse ramo artístico. Para o nosso interlocutor o que se vê é que há uma tendência de sempre tentar-se desvalorizar o trabalho que cada um faz. Há muita intriga e falta de humildade entre nós e assim não iremos a lugar nenhum. A nossa cultura precisa de pessoas unidades para que possa atravessar as fronteiras, o que nos tem faltado ate agora, concluiu.

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