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Morreu Prémio Nobel de Literatura de 1982

Por admin

O romancista colombiano Gabriel García Márquez, autor de Cem Anos de Solidão morreu na última quinta-feira na Cidade do México, aos 87 anos. A causa da morte de Gabo, como os amigos lhe chamavam, não foi divulgada, mas o escritor tinha estado internado há poucos dias, com infecções nos pulmões e no tracto urinário.

A sua saúde era preocupante há algum tempo. Em 1999, recebeu o diagnóstico de câncer linfático. Sendo que não passam dois anos que o seu irmão revelou que o Nobel de Literatura sofria de algum tipo de demência.

A doença impediu o escritor de concluir a sua autobiografia, iniciada em 2002 com o livro " Viver para Contar". Com problemas de memória, Gabo já não conseguiu realizar a literatura como a concebia: "a nostalgia é a matéria-prima da minha literatura. Minha vocação não é a de escritor, mas a do contador de casos. Eu apenas repito o que me contaram os meus avós."

Com a sua morte, anunciada à imprensa por uma fonte próxima da família, desaparece um dos maiores ficcionistas contemporâneos, autor de um romance, Cem Anos de Solidão (1967), que vendeu mais de 30 milhões de exemplares, está traduzido em mais de 30 línguas e que lhe rendeu fama internacional.

O mestre do chamado realismo fantástico escreveu muito e, aos poucos, foi se voltando para a realidade.  Entre seus títulos mais conhecidos, estão "Crônica de uma Morte Anunciada", "O Amor nos Tempos do Cólera", "Do Amor e Outros Demonios", “Ninguém Escreve ao Coronel”, “Relato de um Náufrago”.

Nobel da Literatura em 1982, García Márquez assumia-se, sobretudo, como um contador de histórias, vocação que herdou da sua avó Tranquilina, que na infância o fascinava e aterrorizava com histórias de fantásmas e premonições, ao mesmo tempo que o avô coronel Nicolás Márquez, um espírito nada fantasioso, lhe narrava episódios da sangrenta guerra civil, na qual participara ao lado dos liberais.

É provável que essa influência cruzada, a de um avô militar, que carregava o remorso de ter matado um homem em duelo, e a de uma avó supersticiosa e com jeito para contar histórias, tenha influenciado o modo como virá depois a misturar de forma tão natural, nos seus livros, o real e o maravilhoso. Uma arte a que se chamou realismo mágico, expressão que a crítica literária já cunhara antes de García Márquez publicar os primeiros livros, mas que teve de esperar por Cem Anos de Solidão para encontrar o seu verdadeiro objecto.

Nascido a 6 de Março de 1927, em Aracataca, na Colômbia, era filho de Gabriel Eligio García e de Luisa Santiaga Márquez Iguarán. 

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