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Morreu Mandrake

Por Idnórcio Muchanga

Os restos mortais do músico moçambicano Mandrake, que perdeu a vida na madrugrada desta sexta-feira, em sua casa no bairro de Minkadjuine, em Maputo, repousam na terra que o viu nascer, depois do velório realizado na tarde da última sexta-feira na Mesquita da Shadulia, sita na avenida Angola, no bairro da Mafalala, em Maputo.

Mandrake é o nome artístico do músico Eusébio Mudubai Tomé, nascido a 2 de Fevereiro de 1956, filho de Mudubai Tomé e de Uachela Omar, em Lourenço Marques, actualmente Maputo.

Iniciou a sua vida artística em 1972, quando tocava bateria para o conjunto “Banda 72”, convidado pelo Professor Yana Munguambe, um agrupamento musical que também integrou nomes sonantes da música ligeira moçambicana como os casos do baixista Cândido Silvano Tivane, já falecido, Buaventura Maria Eugénio Langa, guitarra ritmo, Maninho, guitarra solo, e Yana na vocalização.

Trata-se de um conjunto que abrilhantava festas de casamento, tardes dançantes, espectáculos em ar livre e em cinemas. Dois anos depois, o conjunto passou a chamar-se OS EXPLOSIVOS, altura em que se filiou à Associação Moçambicana de Cultura Musical e Teatral, onde gravou as primeiras músicas de intervenção social e política, tais como “Wena Camarada”, “Mulher Moçambicana”, “Parabéns Angola”, “Moçambique Kumi Tandé” e outros.

Mandrake foi o baterista do Professor Yana nos álbuns QUE VENHAM e QUERO SEMPRE CANTAR. Durante os ensaios de QUE VENHAM, Mandrake demonstrava sinais de composição ao apresentar um esboço da canção “Ka Tembe”, tendo sido apoiado na conclusão da melodia, arranjos e gravação.

A partir daí, não parou mais de compor, ganhando assim maior experiência, compondo já sem precisar de tanto auxílio dos mestres e com sucesso compôs “Anita”, “Sodoma e Gomora”, “Xikwembu” e muitos outros temas de intervenção social e política.

Nos últimos tempos, Mandrake vinha se queixando de alguma enfermidade, tendo perdido a vida numa altura em que vinha sendo mestre de vários artistas mais jovens que o procuram para beber dos seus dotes artísticos tanto ao nível da composição, da vocalização assim como da guitarra.

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