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Moçambique convidado permanente do festival Baía das Gatas

Por admin

A brilhante performance em palco, da comitiva moçambicana que recentemente participou no Festival da Baía das Gatas, na Ilha São Vicente, em Cabo Verde, resultou não apenas na atribuição 

de diplomas, assim como o convite para uma presença permanente naquele festival que arrasta cabo-verdianos e turistas de vários quadrantes do mundo.

Foram três dias (16,17 e 18 de Agosto), de muita música, animação e desfile de cabo-verdianas que despidas de vergonha, mostravam a todo tempo, o que de mais belo têm – a beleza.

Coube aos moçambicanos a tarefa de actuar no primeiro dia do festival, depois da abertura do evento, feita pela Banda Municipal, orientada por Tito Paris.

A presença dos músicos moçambicanos em palco foi brilhante e impressionante. Aliás, a base de todas composições estava assente na Marrabenta, o que permitiu identificar o grupo. Era fácil ver a plateia acompanhar o ritmo tentando dançar Marrabenta, havendo uns que não se mostravam maus. Mas o mais destacável foi poder ouvir gritos da plateia exigindo mais e mais dos moçambicanos, quando estes se despediam. Só mais um…só mais um…era o que se ouvia para o orgulho daquela comitiva que desfilava em palco empunhando bandeiras de Moçambique.

Em reconhecimento, os organizadores, não só convidaram Moçambique para de forma permanente marcar presença no festival, assim como atribuíram diplomas de reconhecimento.

Sizaquel entrou primeiro e logo começou a espalhar o ritmo Marrabenta, impulsionando os assistentes a imitarem-na. Dilon com a famigerada composição Podina, reanimou os ânimos dos presentes, deixando espaço para a dona da voz promissora Yolanda Kakana. Seguiu depois a actuação da Mingas que acabou dando lugar a Stewart Sukuma. Importa frisar que a actuação da banda moçambicana intitulada Big Brother durou duas horas e trinta minutos, ininterruptos.

Depois dos moçambicanos seguiram os seguintes cantores: Jorge Neto e BandaBatchartCordas do SolOs Baptistinhas  – de   Cabo Verde;    Santos e Pacadores – Portugal; Face a Face – Antilhas; Super Mamadjombo– Orquestra de Guiné Bissau; – Adi Cudz – Angola; Banda Calypso – Brasil; Alpha Blondy- Costa de Marfim.

Uma das notas dominantes pela negativa e que mereceu comentários de muitos artistas, foi a falta de workshops entre os músicos que participavam no festival. Afirmam os artistas que aquele tipo de evento é oportuno para que os músicos, provenientes de vários países e com ritmos e experiências diferentes, possam trocar experiências. Infelizmente, esta componente não constava do programa da 20 edição.

“Estávamos a espera que houvesse uma facilitação com outros músicos. Teríamos gostado muito trocar experiências com outros percussionistas. Por exemplo, nós tocamos Djembe. Seria muito bom conversarmos e partilharmos o que sabemos com os outros. Mas isso não foi possível”, lamentam Lifaniça e Morte, percussionistas da banda Big Brother.

 

Dilon Djindje figura do festival

Dilon Djindje foi sem dúvidas a figura do festival. Os organizadores afirmaram que o festival Baía das Gatas nunca teve um homem da idade de Dilon em palco, a actuar.

“Ele é o homem sensação deste festival. Em todas as edições já realizadas, nunca tivemos um artista com 85 anos de idade. E mais do que isso, ele ainda está activo. Não só canta como dança. Pude ver quando Dilon estava em palco, pessoas a dançarem, tentando imitar os passos que ele implementava. Moçambique está de parabéns”, disse Toni, um dos membros da organização.

A primeira impressão positiva causada pelo músico à plateia  é a sua idade. 85 anos dos quais setenta preenchidos pela carreira musical. Dilon não se poupou, o que é típico de si. Desta vez dançou a valer, transmitindo a mensagem de ser importante divulgar e preservar o legado cultural de cada país.

No final da sua actuação, jornalistas exploraram muito mais a figura de Dilon procurando saber dos primórdios e percurso da sua carreira. Foi o músico mais aplaudido da delegação moçambicana.

Um palco permanente

O festival Baía das Gatas já está na 29 edição. Cada edição melhor e diferente, razão pela qual anualmente há inovações, buscando novos ritmos. Já não é apenas o ritmo tropical que domina o festival. Este ano, a título de exemplo, houve Marrabenta, Reggae através do músico da Costa do Marfim, Alpha Blonde. Mas também houve Rock and roll, trazido pelos Santos & Pecadores.

Visto o festival ser tradição, os organizadores construíram um palco permanente. Em fase de acabamentos, o palco tem uma estrutura de betão, camarins para vários artistas, sala de espera, de comunicação social. Um pátio enorme pavimentado e com alguns metros quadrados de areia, perfaz o enorme perímetro do recinto onde decorre o festival. Nas bermas, barracas e fixas e móveis vendem de tudo um pouco, desde a comida tradicional cabo-verdiana com destaque para Catchupa, frangos, bebidas, chocolates e tudo mais que pode ser consumido durante um festival.

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