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GUEZI: 40 anos mostrando Moçambique em palcos

Por admin

Não são todos os dias que se assinala 40 anos de existência. A companhia teatral moçambicana (Guezi ) vai celebrar a 20 de Outubro próximo quarenta anos de exibições em palcos. Para assinalar a efeméride estão a decorrer diversas actividades tais como exibições teatrais, debates, workshops, formação e revitalização dos grupos Guezi formados ao longo dos anos em algumas províncias.

“Estamos em festa, mas continuamos com a nossa veia de sensibilização. Por isso, iremos organizar ao longo deste tempo até Outubro, palestras e muitas sessões. Por exemplo, organizaremos o debate sobre teatro com trabalhadores. O tema será: Como melhorar a infra-estrutura da rede eléctrica, como usar a energia correctamente, assim como as normas que regem o relacionamento entre Electricidade de Moçambique e o público”, explica Fernando Naftal, Director do Guezi.

Ainda no campo temático, Guezi vai organizar palestras e skatches para sensibilizar a sociedade sobre o impacto das ligações clandestinas.                            

GUEZI NO CENTRO E NORTE DO PAÍS

Ao longo dos tempos, o grupo Guezi cresceu e viu a necessidade de criar delegações, por forma  a responder aos desafios. Foi assim que implantou-se o Guezi na região Centro e Norte do país.

“Fomos fazendo sensibilização assim como exibições teatrais. Mas os pedidos, solicitações eram cada vez crescentes. Por isso, decidimos criar delegações. Actualmente temos dez actores em Maputo, oito na Beira e dez actores na província de Nampula”, explica Fernando.

Segundo Fernando Naftal, as duas delegações têm estado a trabalhar afincadamente. “Nampula está muito bem. Quando fui ao Festival Nacional de Cultura, reorganizei o grupo. E, brevemente, um actor sénior irá para cidade da Beira para coordenar certas actividades com o grupo”.

O projecto VIDAC (Projecto de revisão do sistema de remunerações e outros benefícios) ditou a criação das delegações. “Claramente que os custos de deslocações constantes pesaram. Mas também optamos pela criação de delegações porque as comunicações sobre os diversos temas, complicavam as pessoas. Mas com o recurso ao teatro, a mensagem foi facilmente percebida”, explica Fernando.

HISTORIAL DO GUEZI

No dia 20 de Outubro de 1974, nasce no panorama cultural de Moçambique, o Grupo de Teatro dos Serviços Municipalizados de Água e Electricidade (SMAE), hoje conhecido como Companhia de Teatro Guezi, tinha em vista ocupar o vazio cultural dentro da empresa e da sociedade em geral, era composto de 30 actores, com destaque para Joaquim Victor Tchau, Virgílio Mabote, Fernando Naftal, Pascoalina, Belina, Idasse Malendza, entre outros.

“O grupo entreteve trabalhadores e seus familiares com frequentes sessões de teatro no Salão de Festas da EDM, na Av. Eduardo Mondlane 7º andar, peças de grandes palcos foram exibidas com destaque para a “Partilha de África” da autoria de Virgílio Mabote, uma temporada no Teatro Avenida com a peça “ O povo já pode viver na cidade” da minha autoria e “Comani Xicolonhi”, afirma Fernando.

Guezi encenou e apresentou muitas outras peças de teatro, tendo merecido grande apreço e simpatia do público em geral.

“É de realçar as Tardes de Conversa de 15 em 15 dias que reuniam diversos actores da praça e público em geral para se abordarem diversos temas importantes da nossa sociedade sendo convidadas diversas individualidades para orientarem debates casos entre outros de: Calane da Silva, Alice Mabote, Mabay Tembe, Machado da Graça, Hélder Muteia, e outros. Os debates eram assessorados por Francisco Ceita (melhor actor de teatro na então cidade de Lourenço Marques) de quem o responsável desta Companhia muito aprendeu; “Um Mestre na arte de representar por excelência” e Ivone Mahumane”.

Volvidos quarenta anos, Guezi continua com destaque a apresentar os seus trabalhos para sensibilização do público a fim de evitar a vandalização do equipamento eléctrico e na motivação dos trabalhadores para o seu melhor desempenho. “Prestamos homenagem a todos os colegas do Guezi que durante este período pereceram casos de Valgy, Paulo, Naymo, Manuelito e Bernardo. Desejamos sucessos a actores que já não fazem parte da Companhia, mas continuam de certa maneira ligados casos de: Armindo, Vasco Condo, Lina, Íris, Zaina entre outros”, afirma Fernando Naftal.

A celebração dos quarenta anos obedece a duas fases, sendo a primeira a que decorre até 31 de Maio próximo. A segunda fase começa a um de Junho desaguando em Outubro. “Vamos ter Tarde de conversa para os diversos fazedores de arte em Maputo. O tema que fora agendado é: “A electrificação do país do Rovuma ao Maputo”.

“Para além das palestras teremos sessões culturais em um dos bairros da capital. Teremos uma participação especial nas festividades do primeiro de Maio, dia do trabalhador. Vamos comemorar o dia da criança”, explica.

Fernando afirma que está agendado um festival de teatro em homenagem aos Heróis da EDM – com o seguinte tema: “Com energia construímos o futuro” a decorrer de 20 de Agosto à 20 de Outubro de 2014.

Ao longo dos quarenta anos, muita coisa aconteceu, tendo sido positivamente se destacado as várias acções de sensibilização e mudança do comportamento da sociedade. “Negativamente marcou-nos o facto de termos parado quase três anos sem fazer quase nada. Também tivemos contra tempos com Águas de  Maputo que montou um bar no salão onde ensaiávamos nós e o grupo de dança Milorho”.

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